Tratamento da urticária: as perspectivas podem ser animadoras

(Foto: divulgação)

Dia 1 de outubro é o Dia Mundial da Urticária

Considerado um divisor de água no tratamento da urticária, o omalizumabe é um medicamento imunobiológico infusional (via injeção) indicado para tratar a urticária crônica espontânea, quando o uso de medicações orais como antialérgicos não foram suficientes para melhorar os sintomas dessa doença. “A resposta considerada rápida é aquela que vem entre 4 a 6 semanas após o início do tratamento, mas é claro que tudo depende de cada paciente”, conta Dr. Alex Isidoro Ferreira Prado, médico especialista em Alergia e Imunologia pela USP e responsável pelo setor de infusões da Clínica Croce.

Entretanto para os pacientes que não utilizam o imunobiológico devido ao custo, outras terapias devem ser tentadas. Sabe-se que é muito frequente o uso indiscriminado de corticoides para controle de doença, o que não é factível pela quantidade enorme de eventos adversos como imunossupressão, hipertensão e até osteoporose. O uso dessa medicação nunca deve ser feito de forma prolongada.

No geral, as perspectivas futuras para o tratamento da urticária são animadoras. Segundo Dr. Alex, existem vários medicamentos em estudo e alguns ensaios clínicos com medicamentos para doenças já existentes que devem ser direcionados para o controle da urticária, como outros anticorpos monoclonais e até pequenas moléculas como os inibidores da tirosina quinase de Bruton (BTK).

“É animador saber que nos próximos anos os pacientes vão contar com novas alternativas terapêuticas para casos refratários já que os chamados não respondedores são uma média de 12%. A ideia também é tornar essas medicações cada vez mais acessíveis para quem tem a doença e isso já vem sendo discutido com o advento dos biossimilares para outras doenças que não a urticária”, comenta o especialista.

Caracterizada por lesões avermelhadas na pele, coceira intensa e que interfere muito na qualidade de vida da pessoa, a urticária não é uma alergia, mas pode ser considerada um fenômeno imunológico e até uma doença autoimune que afeta mais de 1 milhão de pessoas no Brasil, em diferentes faixas etárias. “Mas vale dizer que a urticária também pode ser a manifestação de uma doença alérgica, e se manifestar por exemplo em casos de alergia alimentar ou aos medicamentos, por esse motivo o paciente deve sempre ser avaliado”, explica o alergista.

A doença se apresenta de duas formas:

  • Urticária aguda: com duração menor, no máximo, de seis semanas. É a mais frequente e ocorre, principalmente, nas crianças e adultos jovens.
  • Urticária crônica: tem duração igual ou superior a seis semanas e é mais frequente no sexo feminino, com idade entre 25 e 45 anos.

A urticária crônica ainda pode se apresentar de duas formas:

  • Urticária crônica espontânea: a mais frequente. As lesões surgem sem que se encontre qualquer fator externo responsável.
  • Urticária crônica induzida: As lesões são desencadeadas por fatores externos específicos (exemplo frio, calor), identificados pela história clínica e testes de provocação.

 

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