(Foto: divulgação | Lightbird Eyewear)
Os óculos foram inventados há quase quatro séculos, mas somente muito tempo depois que o acessório começou a ser aceito socialmente e usado com frequência. No começo, mulheres que precisassem de óculos não podiam exibi-los em público e para comprarem um par, era necessário encomendar, fazer sob medida e então, experimentava-se na tentativa e erro. O que caísse melhor ou o que ajudasse mais era o escolhido, quase sempre de forma desconfortável.
Hoje em dia, esse cenário mudou. Os óculos se tornaram produtos sofisticados, com função de auxiliar na saúde dos olhos e como artigo que completa o look. Os óculos de grau, por exemplo, servem para melhorar a integração do usuário com o ambiente e somente no Brasil, 36,5 milhões de pessoas usam óculos, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Já os óculos de sol são verdadeiros artefatos de luxo, com os mais variados tipos de lentes, matéria prima, assinaturas e claro, beleza própria.
Chantal Kopenhagen Goldfinger, uma das principais especialistas em eyewear do mundo, defende a moda como uma forma de empoderar e enriquecer a marca pessoal, com o objetivo de mudar o pensamento das pessoas sobre o uso de óculos. “Os óculos não são apenas utilitários, e sim, um acessório, ou, como dizia o mestre Miguel Giannini, um ‘necessório’. Assim como uma peça de roupa, os meus óculos falam sobre mim, minha personalidade e minhas emoções”, diz Chantal em uma das postagens de sua conta do Instagram @chantalgoldfinger.
E é com base em uma outra postagem que chegamos nos óculos italianos mais trabalhosos da história: os da Persol. Marca centenária, sinônimo de detalhe, tecnologia e altíssima qualidade, marcada pelo símbolo da “flecha” presente em todas as suas peças desde o início.
O Persol é um símbolo italiano e retrata uma história que começou em Turim, em 1917, quando o fotógrafo Giuseppe Ratti começou a experimentar lentes fumês que reduzissem os efeitos do sol nos olhos de pilotos e atletas. Assim, nasceu “O Protetor”, primeiro óculos que eram máscaras de proteção contra o sol.
Depois, o modelo 649, primeiro ícone real da marca, foi desenhado para os motoristas de bonde de Turim, que precisavam de óculos largos para proteger seus olhos da luz e da poeira. De peça funcional, o modelo apareceu no filme “Divórcio à Italiana” em 1961, estrelado por Marcelo Mastroiani e virou um clássico em pouquíssimo tempo.
Durante a década de 1960, a Persol então expandiu seu portfólio desenvolvendo óculos de segurança especiais com diferentes filtros, rendendo para a marca mais de 35 patentes internacionais pelas inovações e o renome mundial com contratos internacionais com organizações como a Nasa.
Ainda nos dias de hoje, o que surpreende na Persol é a meticulosidade no processo de produção com mais de 30 etapas, por ser um óculos extremamente técnico e cheio de detalhes. Com lentes de cristal, acetatos dedicados e uma gama imensa de tons de tartaruga e terrosos no portfólio, a marca traz uma fabulosa combinação de elegância e funcionalidade que está presente em todas as peças há mais de 100 anos.