Selena Gomez está gorda ou nós mulheres que nunca vamos ter paz?

A atriz e cantora Selena Gomez retornou às redes sociais em 2023 e novamente vem sendo alvo de gordofobia, isso foi logo após a estreia de seu documentário “Minha mente e Eu”, disponível no streaming Apple TV+. O documentário conta sobre a trajetória da artista nos últimos anos: os altos e baixos da carreira, a luta contra o lúpus, a depressão e como a exposição na mídia afeta sua saúde mental.

 

Recentemente, a atriz esteve presente no Globo de Ouro, no qual concorreu na categoria de Melhor Performance de Atriz em Série de Televisão por seu papel como Mabel Mora em Only Murders in the Building. E, consequentemente, sofreu diversos ataques e críticas nas redes sociais sobre seu corpo. Foram tantos que, após a premiação, Sel fez uma live no qual falou sobre os comentários: “Estou um pouco “grande” agora, porque eu aproveitei os feriados de fim de ano. Mas, a gente não se importa”, disse.

 

Mais uma vez é interessante refletir e perceber que, poucos meses após a estreia do documentário, Selena ainda precisa se justificar sobre sua aparência e lidar com os ataques e pressão do público, principalmente da mídia. E isso diz muito sobre o comportamento da sociedade, né?

 

Talvez seja reflexo que hoje na internet as pessoas se sintam no direito de criticar a aparência alheia, porém não são capazes de aceitarem críticas sobre sua própria atitude. E o que não falta nas redes sociais são comentaristas de plantão para cometer o famoso body shaming, principalmente se for uma pessoa pública. E, sabemos que, um dos fardos das celebridades é se deparar diariamente com comentários negativos. Por mais que os famosos transmitem não se importarem, sabemos que até as pessoas mais confiantes têm inseguranças e em que determinados momentos esses comentários de ódio gratuito mexem com a auto estima acarretando diversos distúrbios emocionais.

 

Então, convido você a refletir sobre como definimos o corpo perfeito.

 

Se você pudesse fazer um esboço de sua própria forma física, como ela seria? Com a barriga chapada, pernas grossas, um bumbum e seios grandes? Ou por retirar aquela gordurinha localizada e ter um corpo sem curvas? Afinal, como é o “corpo perfeito”, que todas nós mulheres buscamos e, ao mesmo tempo, julgamos hoje em dia?

 

Talvez algumas mulheres escolhessem a primeira opção, outras a segunda,e estaria tudo bem. Sabem por qual razão? Pelo fato que essa divergência de opiniões demonstra que não existe um padrão único e fiel de beleza que agrada a todos, mas sim, que existem diferentes pontos de vista e deveria estar tudo bem, concordam? 

 

Sabemos que esse assunto ainda não funciona dessa maneira pelo ponto de vista da sociedade, pois infelizmente vivemos numa geração no qual a cultura da mídia social pode ser impiedosa quando se trata da aparência física das mulheres e pode levar a comentários negativos sobre o corpo, mesmo para pessoas famosas como está sendo o caso de Selena Gomez. É importante lembrar que todas as formas de corpo são lindas e que a aparência física não deve ser a única medida de valor de uma pessoa.

 

E parece fácil esse pensamento, mas na prática é extremamente complexo falarmos sobre o nosso próprio corpo. Sempre queremos mudar algo nele, afinal, a sociedade faz com que a gente pense que tem algo de errado e que precisamos atingir a “perfeição”. Além disso, nas redes sociais a gente consome cada vez mais a imagem de que corpo magro é sinônimo de beleza, saúde e status quando, na verdade, apenas passa uma falsa sensação de felicidade.

 

Mas, afinal, existe um segredo para o corpo perfeito?

 

Na minha opinião, acho importante reconhecer que a ideia de um “corpo perfeito” é altamente subjetiva e influenciada pelas normas culturais, sociais e individuais. O que é considerado um corpo perfeito pode variar amplamente de pessoa para pessoa e de cultura para cultura. E, ao invés de se concentrar em um ideal de “corpo perfeito”, pode ser mais útil e saudável adotar uma abordagem centrada na saúde e no bem-estar. Isso pode envolver o estabelecimento de metas realistas e alcançáveis em relação à atividade física, nutrição e cuidados com a saúde mental. É importante lembrar que a saúde é mais do que apenas a aparência física e que a diversidade corporal deve ser celebrada e respeitada.

 

Devemos lembrar que, por mais difícil que seja, cada cicatriz em nosso corpo representa uma luta que vencemos e isso deve ser motivo de orgulho e não de vergonha.

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