Em um mundo acelerado e cada vez mais conectado, o autocuidado muitas vezes é negligenciado em nossas vidas agitadas. O estresse crônico e a constante exposição às redes sociais podem deixar marcas profundas em nossa saúde mental e emocional. No entanto, há momentos em que um simples questionamento, uma sugestão de um amigo ou um desejo interno de encontrar o equilíbrio podem nos conduzir a jornadas de autodescoberta surpreendentes.
Em uma recente conversa com uma amiga que é arte terapeuta, deparei-me com uma pergunta dela: “você já tentou fazer algo novo hoje?” aquela simples pergunta ressoou profundamente em mim, especialmente porque eu estava vivenciando um estado constante de estresse que estava começando a afetar meu corpo de maneiras insuspeitadas. Minha resposta inicial foi um hesitante “não,” acompanhado pela desculpa frequente de falta de tempo. No entanto, às vezes, a falta de tempo é apenas uma ilusão que criamos em nossas vidas ocupadas.
Bem, eu fiquei com aquele questionamento na minha cabeça “o que eu poderia fazer de novo hoje?” até que resolvi seguir o conselho dela e tentar expressar de alguma forma o que estou sentindo através da arte, (se assim posso chamá-la, rsrs). E aproveitando essa ideia de aprender alguma coisa nova eu também decidi dar um “até logo” nas minhas redes sociais. Convenhamos que vivemos em uma era em que as redes sociais dominam completamente nossas vidas, oferecendo uma janela para o mundo e suas infinitas possibilidades. Mas será que tudo o que vemos é realmente o que parece ser? A partir dessa pergunta, decidi tentar uma desconexão digital, em busca de uma pausa muito necessária em um mundo virtual que muitas vezes nos deixa sobrecarregados e desconectados de nós mesmos.
E agora você deve estar se perguntando o que eu decidi aprender, certo?
Optei por começar a fazer cerâmica fria, que, em resumo, é uma técnica de artesanato que permite criar objetos esculturais e decorativos usando uma massa de modelagem que não requer cozimento em altas temperaturas, como é o caso da cerâmica tradicional.
“Ah, mas o que posso fazer com a cerâmica fria?” É possível criar muitas peças decorativas, como incensários, porta-retratos, vasos, potes, conjuntos de joias, quadros, imãs, porta-joias ou velas. Enfim, basta entrar no Pinterest e se inspirar para criar suas próprias peças.
E quais são os principais materiais que você precisa ter para iniciar suas aventuras com a cerâmica fria? Segue uma listinha resumida:
Acredito que você consiga começar com esses materiais e, à medida que se familiarizar, possa investir em outros produtos.
E eu também achei necessário compartilhar alguns dos meus aprendizados a partir de tentar algo e como isso muda a nossa perspectiva sobre nós mesmos e o ambiente onde estamos inseridos e ai vai os três principais:
- Precisamos nos organizar e planejar melhor: Quantas vezes você já ouviu isso? Eu, pelo menos, já ouvi muitas vezes e na maioria das vezes revirei os olhos, pensando que era a pessoa mais organizada do mundo (descobri que não sou mesmo!). Isso refletiu na minha primeira peça de cerâmica (eu ri de desespero). Simplesmente peguei a “argila” e comecei a tentar criar algo que nem sei como definir. E o resultado? Bom, foi um belo desastre… E com isso vem a segunda lição!
- Precisamos aprender a lidar com nossas frustrações: A verdade é que é natural para o ser humano criar automaticamente expectativas sobre tudo. Quando algo não ocorre como planejado, vem a frustração e a sensação de “o que fiz de errado” ou “isso só acontece comigo”. E às vezes, parece fácil falar “você precisa superar e seguir em frente”, mas sabemos que não é tão simples assim. Cada indivíduo é diferente do outro e, consequentemente, precisa processar o que está acontecendo em sua vida por um tempo (uns mais rapidamente, outros precisam de mais tempo). E com isso vem o terceiro aprendizado:
- Você já se permitiu errar alguma vez? Quando comecei a modelar a argila e percebi que não ficaria do jeito que imaginei, fiquei brava comigo mesma. “Como errei algo tão óbvio?” Mas errar faz parte do processo e do nosso crescimento também, e vocês já devem ter ouvido aquela famosa frase: “É errando que se aprende”. E de fato, é isso mesmo. Precisamos nos permitir errar e aprender com esses erros, sem muita cobrança (parece clichê, mas é a pura realidade, e quando entendemos isso, tudo tende a mudar).
O que senti que mudou no meu dia a dia? Em resumo, percebi que melhorou a minha qualidade do meu sono, concentração, me senti mais produtiva durante o dia com as minhas tarefas e comecei a aceitar que não preciso dar conta de tudo e que vai estar tudo bem, isso também se deve ao fato de estar menos presente nas redes sociais (ressalto que isso funcionou comigo, talvez com você pode ser diferente).
E claro, que separei uma pequena galeria de inspirações para quem quiser começar com a cerâmica fria (juro que é divertido, mas adianto que é preciso ter paciência). E todas essas inspirações são do nosso querido e amado Pinterest!
Enfim a arte terapêutica e a desconexão digital se revelaram ferramentas valiosas de autocuidado para mim. E experimentar novas atividades, como a cerâmica fria, não apenas me ajudou a expressar minhas emoções, mas também me proporcionou valiosas lições sobre resiliência e aceitação.
Portanto, convido você a considerar o que pode fazer de novo hoje para cuidar de si mesmo. Às vezes, a resposta pode estar em uma simples massa de cerâmica, em um pincel e tintas, ou até mesmo em um breve afastamento das redes sociais. E lembre-se de que o autocuidado é uma jornada pessoal, e cada passo na direção do bem-estar é um passo valioso. Então, dê-se a permissão para errar, aprender e, acima de tudo, cuidar de si mesmo. Sua saúde mental e emocional agradecerão.