Por que as pessoas normalizam o body shaming (em português claro: a gordofobia)?
Por que, mesmo diante de tantas conquistas e momentos de alegria, algumas pessoas optam por direcionar suas energias para o julgamento do corpo alheio? Mesmo quando alguém tem muitas conquistas e momentos felizes, por que algumas pessoas escolhem gastar energia criticando a aparência dos outros? A cantora e atriz Maite Perroni, por exemplo, enfrentou ataques de gordofobia recentemente, quando voltou aos palcos com a turnê “Yo Soy Rebelde”. Isso mostra como expectativas difíceis de alcançar podem gerar competição e comparação entre as mulheres.
Antes de entrar nisso, é importante destacar que Maite se tornou mãe recentemente, dando à luz a Lía em maio deste ano. Imagina só a carga emocional e física que isso traz. Mesmo assim, ela escolheu voltar aos palcos, levando a pequena Lía consigo. A pergunta que não quer calar é: por que algumas mulheres atacam umas às outras sem mostrar empatia?
Essa é uma reflexão que devemos levar para todas as nossas relações. As mulheres são constantemente objetificadas dentro de um padrão estético guiado pelo “corpo perfeito”, desumanizando completamente toda a trajetória por trás dele, e isso infelizmente é uma realidade que afeta até mesmo quem está fora dos holofotes, mas para quem está nele, a cobrança é triplicada e, claramente, infundável.
Precisamos respeitar e honrar as trajetórias femininas, ser mãe é um processo longo, doloroso e solitário, e a escolha feita por Maite com certeza não foi fácil, isso só mostra o quão potente é seu trabalho e amor pelos fãs. E por essa força que ela deve ser lembrada e celebrada.
Maite compartilhou em uma entrevista à revista Vogue Brasil como a maternidade a transformou profundamente para trazer sua filha ao mundo. Ela destacou como algumas pessoas não conseguem entender completamente esse processo grandioso. Isso nos lembra como os padrões de beleza podem dificultar ver a verdadeira importância da maternidade e das experiências únicas de cada mulher.
Ao ganhar o Prêmio Produ 2023 como Melhor Atriz Principal em “Tríade”, uma série que foi um sucesso na Netflix Brasil, Maite mostrou que é muito boa no que faz. No entanto, nas redes sociais, o foco parece estar mais no corpo dela do que em suas conquistas. Isso nos faz pensar sobre a raiz do problema: os padrões de beleza que alimentam uma competição prejudicial entre mulheres
Esses padrões, muitas vezes baseados em ideais difíceis de alcançar, criam um ambiente onde as mulheres se sentem pressionadas a atender a expectativas irreais. Isso não apenas gera inseguranças, mas também contribui para um ambiente de competição constante, onde o valor é frequentemente colocado na aparência física em vez de conquistas individuais e talento.
A trajetória de Maite Perroni nos convida a questionar esses padrões, a repensar como celebramos as mulheres em nossa sociedade. Em vez de competir, por que não nos apoiarmos mutuamente? Por que não celebrar as diversas jornadas, conquistas e talentos, em vez de ficarmos presos a uma estética superficial?
Nossos corpos são capazes de coisas incríveis, e devem ser vistos como tal! E nada disso está ligado a peso ou tamanho. Um corpo saudável não é o mais magro ou malhado, um corpo saudável é aquele em que a pessoa se sente feliz e realizada, e cabe a nós desmistificar esse conceito tão arcaico de medir valor por coisas banais e celebrar o que realmente importa.
Agora, é hora de buscarmos uma mudança cultural. Podemos começar reconhecendo a toxicidade dos padrões de beleza difíceis de alcançar e promover uma cultura de aceitação e empatia. A jornada de Maite, com todas as suas vitórias e desafios, deve ser celebrada como um lembrete de que a verdadeira beleza está na diversidade, nas conquistas e nas experiências individuais.
Que possamos, todos juntos, desafiar esses padrões, normalizar a empatia e construir um ambiente que celebre a verdadeira grandeza das mulheres, para além de qualquer expectativa estética imposta pela sociedade. Maite Perroni é mais do que sua aparência; ela é uma inspiração, uma mulher que brilha pela sua autenticidade, talento e dedicação, tanto no palco quanto na maternidade.