Por que você deve assistir ‘Bottoms – Clube da Luta para Garotas’ ou simplesmente ‘Passivonas’? (Crítica)

A comédia 'Bottoms', ou 'Clube da Luta para Garotas', como foi lançada no Brasil, da diretora Emma Seligman ('Shiva Baby'), estreou aqui pelo Amazon Prime Vídeo no dia 21 de novembro.

A tradução da palavra ‘Bottoms’ seja ‘Passivas’, o nome escolhido para divulgação no país foi outro, o que gerou um grande debate no Twitter no nicho cinéfilo, que estava aguardando o lançamento do filme. Os fãs da obra o chamam carinhosamente de ‘Passivonas’. 

O longa conquistou uma ótima aprovação da crítica especializada, 91% no Rotten Tomatoes, com uma pontuação de 8,90/10 baseada em 201 críticas até o momento. Além disso, obteve uma pontuação de 74/100 no Metacritic, com base em 46 avaliações críticas.

Confira algumas das críticas da grande mídia estadunidense: 

“Bottoms é diferente de qualquer comédia escolar que você já viu. É uma sátira à vitimização, uma sátira à violência e uma sátira de si mesma. Ele anda na corda bamba entre a sensibilidade e a insanidade (com um pouco de inanidade) e está cheio de momentos que são desafiadoramente o que costumávamos chamar de incorreto.” Variety  

“O filme do segundo ano da diretora e roteirista Emma Seligman, Bottoms, é uma exploração atrevida da expressão queer e da cultura online, repleta de humor.” Washington Post  

“Adicione uma infinidade de falas memoráveis prontas para repetir com os amigos e uma reviravolta de Lynch para roubar o filme, e Bottoms é o tipo de deleite cult satisfatório e que vai à falência que pode derrotar totalmente seu clássico adolescente favorito.” USA Today

A gente aqui também já assistiu e viemos recomendar esse filme para você, na comédia LGBTQIA+, PJ e Josie começam um clube da luta com objetivo de se tornarem populares, na escola na qual estudam e consequentemente perderem a virgindade. O clube da luta abre e fica popular, o lema para divulgação do clube na escola é para que as meninas aprendam as práticas de autodefesa contra homens tóxicos e a praticarem mais a sororidade. Para saber o resto você vai precisar assistir, mas pode ter certeza que esse filme vai te dar boas gargalhadas.  Emma Seligman, além de dirigir, une-se a Rachel Sennott para criar um roteiro totalmente fora do comum e repleto de personalidade. Cada diálogo é construído de forma expansiva, exagerada e cômica. E, é claro, nada disso seria possível sem um elenco impecável que merece reconhecimento. Vale destacar que o filme é feito por mulheres; seu roteiro, direção e parte da produção são totalmente compostos por mulheres.

Sennott entrega uma performance incrível como PJ, dando vida e nuances à personagem, mostrando-se tão complexa quanto qualquer ser humano. Esta protagonista foge do convencional e demonstra ser capaz de ser egoísta, egocêntrica e suscetível a erros, assim como qualquer outra pessoa; não há romantização ou busca pela perfeição. Por outro lado, Ayo Edebiri (The Bear) oferece uma atuação incrível como Josie, apresentando-se com uma personalidade totalmente diferente da sua melhor amiga e, em alguns momentos, até complementar.

O filme foge totalmente do convencional; em sua narrativa, ele foca em duas protagonistas lésbicas, uma branca e outra preta, o que não é muito comum nas produções cinematográficas. Geralmente, a indústria não produz muitos filmes com temática LGBTQIA+, e quando o faz, tende a retratar personagens gays brancos. 

Além disso, a it girl do filme é interpretada pela atriz Havana Rose Liu, que foge do parâmetro de garota branca e loira dos olhos claros para uma garota com descendência chinesa. Com uma atuação de tirar o fôlego que alterna entre a mais alta ‘bitch’ face para uma feição altamente afetuosa e culmina como uma das maiores ‘badass’ do longa.

Apesar de não perder o clichê dos filmes clássicos da temática adolescente, ele o aborda de forma satírica. A diretora e escritora brinca com os papéis de gênero, invertendo o papel do gênero masculino ao retratar o homem indefeso como o ‘macho alfa’. Além disso, o filme aborda questões importantes da adolescência, como a importância da honestidade e da amizade. Aqui na D’idées magazine a gente recomenda esse filme e avalia ele como 4.5/5.

Classificação etária: 18 anos 

Imagens: Prime Video/Divulgação


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