“Griselda” é a nova minissérie da Netflix, ela minissérie conta a história de Griselda Blanco e como ela se tornou a maior traficante de cocaína em Miami, EUA. A ela foram atribuídos os títulos de “Rainha da Cocaína” e “Madrinha”. Toda a história de vida de uma das grandes chefes do tráfico, responsável por mais de 200 assassinatos e pelo envio mensal de mais de uma tonelada de cocaína para os EUA, é agora contada pela Netflix.
Além de ser a protagonista, Sofia Vergara também é uma das produtoras e a ideia de contar a história de Griselda partiu dela. A série foi desenvolvida por ela, em colaboração com Eric Newman, que também produziu “Narcos” (2015-2017), outra série da Netflix que narra a história do traficante Pablo Escobar. Griselda foi a primeira e única mulher com destaque no tráfico, se tornou a primeira mulher criminosa a ficar bilionária.
O conto criado para a série faz você conhecer uma mãe forte e envolvente que fez de tudo para criar seus filhos. A minissérie “Griselda” da Netflix cria uma narrativa que faz você se envolver com a personagem e, até certo ponto, gostar e entender o porquê ela fez o que fez. No entanto, a forma como eles constroem a narrativa da personagem é de acordo com os episódios. Ao assistir aos 3 primeiros episódios, você sente a euforia, o amor e a paixão da personagem em se tornar a maior, e depois acompanha seu declínio nos últimos 3 episódios. É nesses que você para de se apaixonar pela personagem.
A performance da atriz Sofia Vergara é um show à parte. Em alguns momentos, o seu sotaque em inglês pode fazer você lembrar de sua icônica personagem “Gloria” de “Modern Family” (2009-2020), porém isso só é perceptível se você for muito apegado à voz e estiver focando apenas nela, pois a construção do personagem e a vida que Vergara dá à personagem são surpreendentes. Ela consegue fazer você sentir amor e ódio; em seus olhos e corpo, transmitem uma energia visceral que chega a arrepiar em alguns momentos. Houve maestria em criar a energia, a caminhada e um discurso impetuoso nos momentos em que havia a necessidade de gritar; eram nesses momentos que sua performance atingia o ápice.
O ator Alberto Guerra, que dá vida ao personagem “Dário”, uma das paixões de Griselda, tem uma performance muito bem calculada de acordo com o que se pede para o personagem. No primeiro momento, ele apresenta um personagem misterioso e calculista, porém, por trás de tantos assassinatos, há um coração ali, e o ator consegue demonstrar isso, mostrando todas as camadas do personagem.
Outros atores que compõem o elenco são: Vanessa Ferlito, que dá vida a Carmen, amiga de Griselda que lhe proporciona um lugar para ficar em Miami; Juliana Aiden, que interpreta a detetive June, encarregada de investigar as mortes e o império do tráfico de Griselda; Martin Rodriguez, que dá vida a Rivi, braço direito de Griselda a partir da consolidação do mercado da cocaína em Miami; Paulina Dávila, que dá um show ao interpretar Isabel, amiga e confidente de Griselda que vem de Medellín para ajudar na construção no transporte da cocaína da Colômbia para Miami; mesmo com pouco tempo de tela, entrega muita diversão, drama e amizade, em uma performance eletrizante; Christian Tappan, como Arturo Mesa, contador e amigo de longa data da Griselda. Além disso, a participação especial da cantora Karol G, interpretando Carla, uma trabalhadora sexual de Medellín que a ajuda a contrabandear produtos para os Estados Unidos.
Em alguns momentos as cenas ficam muito grandes, o que pode fazer você se desprender um pouco da trama, os dramas na festa de aniversário de Dário ficam muito estendida, mas entendo que faça parte do série, dramatizar o exagero da ostentação, porém poderia ser reduzido para caber junto ao outro episódio.
A direção do Andrés Baiz dá um toque especial, trazendo a cinematográfica e fotografia da série um espetáculo à parte, cada enquadramento muito bem pensando em como contar uma história através daquele corte. Sofía Vergara realiza uma impressionante transformação no papel de Griselda Blanco nesta envolvente saga de gângsteres, que, apesar de brincar com os fatos, alcança uma coragem genuína, desbravando novos horizontes na sua carreira. Aqui na D’idées magazine a gente recomenda esse minissérie e avalia ela como 4.0/5.0