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Estudo revela que 6 em cada 10 jovens brasileiros preferem ter relacionamentos abertos

O Ashley Madison, site de relacionamentos extraconjugais do mundo, registrou a Geração Z (entre 18 e 29 anos) como o grupo mais propenso a se inscrever no site, mesmo que a maioria deles nunca tenha sido casada. Isso reflete uma mudança na sociedade em direção à não monogamia, no lugar dos relacionamentos tradicionais.

Para entender melhor a atitude da geração em relação ao sexo e relacionamentos, a plataforma realizou uma pesquisa com a população de zoomers (pessoas com idade entre 18 e 29 anos) em dez países, em parceria com a empresa de pesquisa YouGov, além de questionar os próprios membros dessa faixa etária em seu site.

Quando se trata de sexo, a Geração Z é muito mais progressista e confortável com o conceito de não monogamia do que as gerações anteriores, com a maioria (62%) dos pesquisados no Brasil dispostos a considerar um relacionamento não monogâmico.A taxa é a maior entre todos os países pesquisados (Brasil, Reino Unido, México, Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Espanha, Alemanha e Suíça)

Considerada cheia de contradições, os nativos digitais representam o ambiente turbulento e em rápida mudança que estão vivenciando. Em 2022, mais de 1,8 milhão de membros da faixa etária se juntaram ao Ashley Madison, dos quais, mais de 240.000 eram do Brasil.

De acordo com a pesquisa,59% dos membros da Geração Z desejam um relacionamento aberto ou poliamoroso, citando benefícios como “experiências de vida sexual e/ou romântica mais plenas” (65%), “mente aberta/aceitação em relação a diferentes formas de amor” (54%) e “ajudar as pessoas a se ficarem mais confortáveis em pedir o que desejam para maior satisfação” (46%).

“A Geração Z é incrivelmente complexa e fascinante, e quando você pensa no fato de que estão se tornando a faixa etário dominante e o maior grupo de consumidores, é importante explorar suas perspectivas sobre diferentes tipos de relacionamentos”, diz Isabella Mise, Diretora Sênior de Comunicações do Ashley Madison.

“Este relatório visa revelar mais sobre suas atitudes em relação à privacidade, discrição e não monogamia, à medida que eles equilibram entre juventude e idade adulta, e determinam onde se encaixam em um mundo caótico”, completa.

Tanto homens quanto mulheres nesta faixa etária concordam unanimemente que a principal razão para buscar parceiros externos/múltiplos é porque suas necessidades sexuais não podem ser satisfeitas por somente uma pessoa (51%). Surpreendentemente, 21% das mulheres entrevistadas indicam que não podem ser felizes e monogâmicas, enquanto apenas 15% dos homens relataram o mesmo.

Continuando a quebrar estigmas, a pesquisa com membros do Ashley Madison também indica que as mulheres tendem a ser mais sexualmente aventureiras do que os homens. Elas são três vezes mais propensas do que os homens a ter intimidade física com uma ou várias pessoas do mesmo sexo (15% vs. 5%), quatro vezes mais propensas a ter tido relacionamentos com pessoas do mesmo sexo através do Ashley Madison (8% vs. 2%), e duas vezes mais propensas a terem tido ménages a trois ou sexo em grupo com pessoas de vários gêneros/identidades (7% vs. 3%).

“As mulheres em casos ou relacionamentos com múltiplos parceiros enfrentam consequências mais severas do que os homens, que podem ganhar status na cultura por serem conquistadores, ou por terem o charme para atrair várias mulheres”, diz a Dra. Tammy Nelson, autora do livro “Open Monogamy”.

“Esse conhecimento das possíveis retaliações significa que as mulheres têm mais inclinação para manter seus relacionamentos extras em segredo. À medida que nossa sociedade se move para uma conversa mais aberta sobre acordos de monogamia flexíveis, as mulheres podem finalmente ser capazes de sair do armário e expressar suas necessidades por variedade”, complementa.

Embora a Geração Z seja conhecida por compartilhar a maioria de suas vidas nas redes sociais, os dados da pesquisa com membros do Ashley Madison indicam que, quando se trata de divulgar seus relacionamentos românticos, tanto homens quanto mulheres tendem a ser mais conservadores. Já que 68% por cento das mulheres e 65% dos homens entrevistados relatam que geralmente não anunciam que estão em uma relação amorosa.

A principal razão? Para os respondentes, simplesmente não parece necessário (62%). Com 59% dos pesquisados concordando que não é da conta de ninguém. Já entre os que tornaram seu relacionamento público, 81% indicaram que preferem fazer uma ‘revelação suave’ de seu novo relacionamento, liberando lentamente e de forma sutil conteúdos que apresenta seu parceiro.

Quando questionados sobre os motivos para tornarem públicos seus relacionamentos, os membros da Geração Z no Brasil se classificam em terceiro lugar na lista global dos que buscam proporcionar segurança emocional ao parceiro, enquanto ocupam a última posição no tópico de considerar o relacionamento uma façanha pessoal. No que diz respeito às suas vidas sexuais, quase dois terços (64%) dos entrevistados brasileiros expressaram a opinião de que esse é um tema que demanda discrição e privacidade.

Embora esta geração possa parecer confusa às vezes, uma coisa é clara. A Geração Z tem uma ideia de quem gostaria de ser, mas ainda não chegou lá. Por causa disso, os zoomers ocupam um espaço onde duas ideias opostas podem ser verdadeiras – e a verdade está cheia de contradições.

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