Prestigiada atriz de teatro, cinema e televisão DEBORA DUBOC comemorou, em 2021, 30 anos de carreira, que começou com Há um trem dentro da noite, e segui com diversas peças até que virada dos anos 2000, o cinema a revelou para um público ainda maior, desde sua estr eia com “Através da Janela”, de Tatá Amaral.
Atualmente, ela está em cartaz no SESC Pinheiros (SP), com a peça GLAUCE, sobre a atriz Glauce Rocha, que morreu precocemente aos 41 anos, em 1971. No palco, após Glauce ser despertada por um telefonema na madrugada, imagina ter diante de si uma plateia, para quem co nta um pouco de sua vida e visão de mundo, discorrendo sobre trabalho, amores e ideais políticos e humanitários. O solo é uma homenagem às atrizes Françoise Forton, que pretendia levar a peça aos palcos depois da pandemia, e Glauce Rocha. A temporada vai até 05 de maio.
“Glauce ensina que não tem outro caminho a não ser a união. Precisamos estar de mãos dadas com as pessoas que têm a mesma onda”, explica a atriz, que afirma estar aprendendo muito com a personagem. Para ela, interpretar Glauce não é apenas mostrar a vida dessa diva, mas falar de muitas mulheres.
“A Glauce explode para ser todas nós do ofício. Ela é uma atriz sensacional, fico muito apaixonada assistindo ao seu trabalho. Ela é moderna e contemporânea. Tudo desse texto tem um espelho para o momento que vivemos hoje, com os artistas brigando pelos seus direi tos no streaming. Não existe outro caminho senão lutar pelo que precisamos”, acredita Duboc.
Em sua carreira no teatro, Debora tem peças como “Ricardo II”, “Senhorita Else” (Troféu APCA, Prêmio Shell, Prêmio APETESP), “O Homem das Galochas” (Troféu APCA), “As três irmãs”, “Jocasta” e “O Que Nos Mantém Vivos”.
No cinema, é a grande musa de Toni Venturi, com quem é casada, e protagonizou o primeiro longa do cineasta, “Latitude Zero”, e já saiu com dois prêmios de melhor atriz, no Festival de Cinema de Kiev, na Ucrânia e no Festival de Cinema Brasileiro de Miami, al&eac ute;m a indicação para o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro.
O longa deu projeção nacional à Duboc, que foi convidada por André Klotzel em seguida, para sua adaptação de “Memórias Póstumas”. No ano seguinte, em 2001, volta a protagonizar outro longa de Venturi, o premiado “Cabra-cega”, n o qual roubou a cena.
Atriz militante, Duboc deu vida, no filme, à Rosa, também militante que, durante a Ditadura Militar, foi a ponte entre um agente clandestino preso em um apartamento com o mundo externo. Sua interpretação, cheia de composições e nuances, foi considerada uma das maio res de sua carreira. O filme foi o grande destaque do 37° Festival de Brasília, onde levou o troféu de Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Ator.
Com vasta filmografia desde então, com mais de uma dezena de filmes, com destaque para os longas de Maurício Eça: “A menina que matou os pais ” e “O menino que jatou os pais.” O último trabalho de Debora Duboc nos cinemas foi dar vida à Cristina, e m “Meu Casulo de Drywall” da promissora diretora Caroline Fioratti, que foi exibido na última Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que rendeu boas críticas, e exibições internacionais. O longa, um thriller contemporâneo, será lançado esse ano nos Cinemas.