Calado, novo álbum do músico mineiro Marcos Almeida, ganha primeiro single

Após o lançamento de uma série de releituras, músico e compositor finalmente libera primeira faixa do álbum “Calado”

Entre aquilo que precisa ser revelado e a profundidade intacta deste mistério, repousa a força criativa do mais novo single de Marcos Almeida. A composição ganhou o nome de ‘Porão’ e vai integrar as doze faixas do álbum ‘Calado’’– nova produção do cantor mineiro, projetada para ser lançada no fim deste ano.

Em seu último trabalho, Marcos Almeida esteve na estrada com a turnê Tour 2024, com regravações de clássicos de Lenine, Dominguinhos, da cantora Anastácia, da banda Los Hermanos e de Nelson Cavaquinho, além das suas próprias composições autorais, entre elas os sucessos ‘Sê Valente’ e ‘Vem me socorrer’, parte da trilha sonora da novela Vai na Fé, da TV Globo.

“Porão é fruto desse trabalho de mergulho e olhar para as coisas profundas não reveladas, mas significativamente valorosas. Aquela estrutura de uma casa que nem sempre é a primeira parte que você olha, mas tem suas histórias e guarda segredos”, sintetiza o artista, de 41 anos.

A palavra calado, usada para carimbar seu novo trabalho, foi escolhida justamente pela sua ambivalência. Ao mesmo tempo que representa um estado de mutismo, também nomeia a estrutura submersa dos navios – a distância entre a quilha e a linha superficial da água.

“Eu sou mineiro, então, por uma questão geográfica, minha descoberta e deslumbramento pelo mar se despertou de uma forma tardia. Uma vez pescando com amigos, fiquei curioso para saber o nome daquela parte do navio que ninguém vê, mas produz um barulho danado e mantém a embarcação equilibrada. Fiquei fascinado quando soube dessa contradição que, justamente aquela parte barulhenta, se chama calado”, conta.

No caminho das estruturas guardadas, como o porão e o calado, o artista também posiciona uma das suas leituras mais recentes, responsável por agrupar todas essas inquietações.

“Li com muito prazer ‘A incrível viagem das plantas’ [do engenheiro florestal alemão Peter Wohlleben] e também fiquei fascinado com a comunicação que as plantas desenvolvem entre elas pelas raízes. Todos esses elementos guardados, não revelados, sejam de estruturas ou de nós mesmos, têm muito a dizer”, analisa.

A produção artística do single ‘Porão’ foi feita em parceria com o guitarrista e arranjador mineiro Wanderson Lopez, que também trabalha em outras faixas do novo álbum.

Em 2025, Marcos Almeida completa dez anos de carreira solo, como cantor e multi-instrumentista. Sem contar as composições do novo disco, coleciona mais de 50 músicas autorais, além de outros números robustos: são mais 90 shows nos principais teatros do país, com mais de 45 mil ingressos vendidos.

Marcos está presente também no Spotify, com uma legião de mais de 165 mil ouvintes mensais. Seu canal no Youtube já passa de 229 mil inscritos e seus vídeos, somados, romperam a marca de 70 milhões de visualizações.

Esta é sua sexta turnê nacional, a primeira foi em 2015. Ele também reúne experiências internacionais, tocando em palcos da Alemanha, Portugal, Holanda, Bélgica e Inglaterra.

LETRA
PORÃO
(Marcos Almeida)

https://onilnk.com/l/MarcosAlmeida_Porao

 

Ô] Insaciável desejo,
um novelão sem desfecho (i),
A “emoção” foi bem cedo
Mas era só o começo.

Agora nada mata a minha fome
Hum
Se falta Alma pro Homem

Eu busco Fogo
e a fumaça [o] esconde
(Vê!? )

Não há uma canção sequer
Uma canção se quer
Pra cantar mais alto
Alcançar as águas mais profundas
Do meu coração

Quando me lembro, agradeço,
naquele som imperfeito
ouvi mistérios, segredos
eu vi o mundo ao avesso

E o que importa sempre falta o nome
ai ai ai que demora
Eu quero a Fonte
e a miragem a esconde

Não há uma canção sequer
Uma canção se quer
Pra cantar mais alto
Alcançar as ondas do seu rádio
Íntima estação

[…]

Eu procuro a pessoa
dessa Voz que ressoa
cantar é falar com alguém

a expressão do que eu sinto
É também esconderijo
Onde inventou Embarcação

Eu procuro a pessoa
dessa Voz que ressoa
cantar é falar com alguém

Navegar o infinito
Esse desconhecido
Que descansa nas tábuas do meu Porão

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