Museu das Culturas Indígenas celebra a força e a espiritualidade dos povos originários no Dia Internacional dos Povos Indígenas

Indígenas dos povos Krenak e Akroá Gamella vão narrar suas trajetórias de luta e simbologias que representam suas culturas; a participação é gratuita com retirada de ingresso no site: https://museudasculturasindigenas.org.br/ | Foto: Eventos mostram a riqueza cultural dos povos originários brasileiros. Foto: acervo MCI

Histórias milenares de povos originários brasileiros serão compartilhadas em dois encontros gratuitos no Museu das Culturas Indígenas (MCI). No Dia Internacional dos Povos Indígenas (09/08), Eliel Krenak contará o passado e o presente do povo Krenak. No sábado (10/08), Énh xym Akroá Gamella mostrará a cosmologia do encantado João Piraí. O MCI é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari), em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Indígena Aty Mirim.

O primeiro encontro marcará a resiliência e determinação do povo Krenak, na sexta-feira (09/08), às 14h. Durante o encontro História de Luta Krenak, Eliel mostrará a trajetória desse povo que, desde a invasão portuguesa, enfrenta o apagamento das suas tradições. No dia seguinte (10/08), às 11h, a espiritualidade do povo Akroá Gamella e a história de João Piraí, um espírito encantado que transcende o tempo, será contada por Énh xym Akroá Gamella no encontro João Piraí – Protetor do Território Akroá Gamella.

LUTA DO POVO KRENAK

Dois marcos históricos mostram a perseguição sofrida pelos ancestrais Krenak: a declaração de guerra aos “botocudos” – nome atribuído pelos portugueses aos grupos que usavam botoques nos lábios e orelhas – em 1808, apenas dois meses após a chegada da corte ao Rio de Janeiro. Já durante a ditadura militar, indígenas Krenak foram retirados à força do território ancestral em Minas Gerais, transferidos para presídios e outras regiões do país, e o local onde viviam foi entregue para fazendeiros.

Ailton Krenak, escritor e um importante ativista pelos direitos indígenas, integrante da Academia Brasileira de Letras (ABL), é uma das vozes emblemáticas do povo Krenak. O escritor esteve no MCI em maio deste ano para o encontro “Língua Mãe”. Foto: acervo MCI

Uma parte dessa história de luta será contada por Eliel Krenak no MCI, que abordará a origem do povo e seu nome, crenças e cânticos, mitologias e simbologias, além de mostrar para o público como a juventude Krenak se relaciona com a cultura, a formação e a preservação de saberes ancestrais na atualidade. “Hoje, os costumes do nosso povo são fortalecidos desde as raízes da nossa comunidade, repassados no cotidiano e na língua materna”, reforça o convidado.

Eliel Krenak, integrante da Aldeia Vanuíre, em Arco-Íris/SP, têm ancestrais do povo Krenak e a resistência faz parte da sua história. “Houve receio dos anciãos em compartilhar os saberes, pois não queriam que os jovens sofressem com discriminação. Tenho avós, pais e tios Krenak que, apesar de tantos desastres, infinitas mortes e preconceitos, não fugiram à luta e resistiram ao decorrer dos anos”.

ESPIRITUALIDADE AKROÁ GAMELLA

Os encantados – entidades do mundo espiritual – permeiam as mais diversas cosmologias dos povos indígenas. Transmitem mensagens, conselhos e até atribuem atividades, podem ter atributos físicos, morar em paisagens visíveis e invisíveis, bem como ser criaturas que possuem prestígio e responsabilidade.

Desde pequeno, Énh xym Akroá Gamella ouve dos mais velhos que deve respeitar e ouvir o encantado João Piraí que, no seu território, é guardião da terra e das águas que sustentam a vida do povo Akroá Gamella. “É uma história milenar sobre a importância do território ancestral e respeito a todas as vidas que habitam a natureza”, afirma o convidado, que compartilhará a relação do seu povo com o encantado no MCI.

Os encantados fortalecem a cosmologia dos povos indígenas. Foto: acervo MCI

“Pedimos licença ao encantado João Piraí antes de pescar, caçar e plantar. Pedimos proteção aos rios que nos sustentam e toda a vida que permite a nossa existência na comunidade. O respeito ao encantado é compartilhado com todos, desde muito cedo, para que aprendam a importância da nossa terra”, afirma Énh xym Akroá Gamella, membro da Terra Indígena Taquaritiua, no Maranhão.

POVOS INDÍGENAS NO BRASIL

Dados do Censo 2022 apontam que 1,69 milhão de indígenas vivem no Brasil, o que representa 0,83% do total de brasileiros. Em Terras Indígenas residem 36,73% e fora delas 63,27%. Os estados de Amazonas, Roraima e Mato Grosso respondem por 46,46% de indígenas que residem em territórios tradicionais. A população indígena contabilizada em 2022 é 88,8% maior que a registrada em 2010.

SERVIÇO

Dia Internacional dos Povos Indígenas | História de Luta Krenak, com Eliel Krenak

Data e horário: 09/08/2024, das 14h às 16h

 

Contação de Histórias MCI: João Piraí – Protetor do Território Akroá Gamella, com Énh xym Akroá Gamella

Data e horário: 10/08/2024, das 11h às 12h

 

Todos as atividades são gratuitas com retirada de ingresso no site: https://museudasculturasindigenas.org.br/

 

Sobre o MCI  

Localizado na capital paulista, o Museu das Culturas Indígenas (MCI) é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari – Organização Social de Cultura, em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Aty Mirim.

Museu das Culturas Indígenas

Endereço: Rua Dona Germaine Burchard, 451, Água Branca – São Paulo/SP

Telefone: (11) 3873-1541

E-mail: contato@museudasculturasindigenas.org.br

Site: www.museudasculturasindigenas.org.br

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