Desde 2018, uma média de 120 pessoas visitam mensalmente a antiga sede do DOI-CODI paulista, órgão do governo brasileiro que atuou na repressão e inteligência durante a ditadura militar. Lá, são contados testemunhos de sobreviventes e a história do local. Sem qualquer patrocínio, os encontros integram um projeto que vem sendo feito desde 2018 pelo Núcleo de Preservação da Memória Política. O objetivo da Visita Mediada ao antigo DOI-CODI é dar visibilidade ao local, enquanto o governo não decide fazer do local um Centro de Memória.
Em julho deste ano, o projeto recebeu um pequeno patrocínio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania através de uma emenda parlamentar. O plano de trabalho incluiu a exibição do filme MEMÓRIA SUFOCADA, de Gabriel Di Giacomo, durante o tempo do projeto, convidando os participantes a assistirem ao filme, seguido de debate. Uma dessas exibições acontecerá no dia 26 de novembro na PUC-Perdizes para um grupo de professores de mestrado, integrantes do Núcleo Discente de Direitos Humanos, às 19h. O filme também será projetado no dia 5 deste mês, às 10h no Colégio Santa Maria na capital paulista.
Com com a primeira equipe de cinema a filmar dentro do DOI-CODI de São Paulo, o documentário MEMÓRIA SUFOCADA olha a história da ditadura militar e a tortura no Brasil a partir da perspectiva do presente. Buscas na internet mostram narrativas distintas do passado, mas que iluminam os dias de hoje. A produção é da Salvatore Filmes e a distribuição da Embaúba Filmes.
A pesquisa rendeu ao diretor um conteúdo tão rico que ele expandiu o projeto no website do documentário, transformando-o assim em “um convite para as pessoas acessarem o material que serviu de base para construção do roteiro, para que cada espectador possa fazer a sua pesquisa e montar seu próprio filme, mesmo que seja dentro de sua mente”. No site memoriasufocada.com.br, é possível encontrar sugestões de filmes, vídeos e entrevistas com temas relacionados, como golpe, repressão e anistia.