Além das tradições familiares, como Papai Noel, árvores de Natal, canções natalinas e troca de presentes, diversos países incorporam suas próprias peculiaridades, tanto antigas quanto novas, à celebração.
Embora seja fundamentalmente um feriado cristão que celebra o nascimento de Jesus Cristo, várias culturas, ao longo dos séculos, o misturaram com suas próprias histórias e valores — e, é claro, com o consumismo. Em nenhum lugar isso é mais evidente do que nos Estados Unidos, onde o evento SantaCon se tornou notável. Essa celebração teve origem em São Francisco, em 1994, e desde então se espalhou para outras cidades, como Nova York, onde centenas de foliões, geralmente embriagados, vestidos de Papai Noel desfilam pelas ruas, frequentemente resultando em várias prisões por vandalismo e desordem pública.
O site Vox relata que o SantaCon original foi inspirado por um protesto performático contra a ganância e o consumismo que haviam dominado o feriado — uma performance encenada na Dinamarca, em 1974, por um grupo de teatro anarquista. Contudo, os organizadores atuais de Nova York solicitam doações para caridade e promovem o evento como uma convenção “para financiar arte e espalhar alegria absurda.”
De fato, variações locais peculiares da temporada festiva podem ser encontradas em todo o mundo. Aqui está um olhar sobre algumas das comidas, histórias e costumes que moldam como o Natal é celebrado globalmente.
Áustria
A figura natalina Krampus pode ter ganhado notoriedade por meio da cultura pop, com o filme de terror cult Krampus, de 2015, mas esse maligno ser meio-cabra, meio-homem, anti-Papai Noel, tem origem no folclore austríaco. Krampus, que antecede o Natal e tem origem pagã, apareceu pela primeira vez em celebrações antigas do solstício de inverno. Hoje, ele é considerado um ícone natalino, muitas vezes acompanhando o benevolente São Nicolau. Descrito como tendo chifres, uma cauda semelhante à de um lagarto e uma língua preta horrenda, Krampus é conhecido por assustar crianças. Na Áustria e em partes da Alemanha, adultos tradicionalmente se vestem como Krampus nos dias 5 ou 6 de dezembro (Krampusnacht) para questionar as crianças sobre seu comportamento travesso. Eventos conhecidos como Krampuslaufs, nos quais adultos embriagados vestidos de Krampus correm pelas ruas, acontecem ao longo da temporada.
Bielorrússia
As celebrações de Natal na Bielorrússia misturam costumes cristãos com elementos de rituais folclóricos, em grande parte devido à influência persistente das tradições pagãs. A maioria das comemorações acontece em janeiro, de acordo com as práticas cristãs ortodoxas, embora o dia 25 de dezembro também seja feriado público. Para os bielorrussos, o Natal é uma ocasião para reuniões familiares e a preservação de tradições transmitidas por gerações. Embora alguns costumes, como a ceia de Natal e as cantorias natalinas, sejam semelhantes aos de outros países, vários rituais e superstições bielorrussos se destacam. Por exemplo, derreter cera na água para ver o rosto de um/a futuro/a noivo/a e amarrar as pernas da mesa de jantar com uma corda para proteger a casa de infortúnios.
Catalunha
Na comunidade autônoma espanhola da Catalunha, o presépio, conhecido como pessebre, inclui todos os personagens tradicionais, com uma adição notável: uma figura usando um chapéu vermelho chamado barretina, conhecida como el caganer, ou “o cagão”. Este personagem é retratado no ato de defecar. As origens de el caganer são incertas, mas o Conselho da Cidade de Barcelona afirma que essa tradição remonta ao final do século XVII ou início do século XVIII, durante o período barroco, quando o realismo era um elemento significativo da arte. Atualmente, miniaturas de celebridades como caganers se tornaram souvenires populares para turistas. Além disso, outro tema natalino peculiar na Catalunha é o Tió de Nadal ou Caga Tió, conhecido como o tronco de Natal ou tronco cagão. Esse tronco, que possui um rosto pintado e uma barretina, pode ser encontrado em supermercados da região em dezembro. Tradicionalmente, ele é “alimentado” e coberto com um cobertor por semanas, e, na véspera de Natal ou na manhã de Natal, as crianças o batem com paus, cantando uma música até que ele “cague” doces. Segundo o Conselho de Turismo da Catalunha, o tronco simboliza o espírito da floresta, além de proteção e fertilidade, ajudando a ensinar às crianças paciência. É provável que essa curiosa tradição tenha inspirado a criação do personagem Mr. Hankey (Soretinho, no Brasil), de South Park, o cocô natalino.
China
A maior parte da China não possui uma afiliação religiosa oficial, e o Natal não é reconhecido como feriado público. No entanto, ele ainda é celebrado por algumas pessoas e ganhou popularidade desde os anos 1990. Assim como outros festivais ocidentais, o Natal também é comercializado na China. O feriado também se adaptou de maneiras únicas: o Papai Noel na China quase sempre toca saxofone, e uma nova tradição surgiu, conforme observado pelo Instituto Confúcio da Escócia, envolvendo o presente de “maçãs da paz”. A palavra chinesa para maçã, píngguǒ, soa semelhante a píng’ān yè (“noite pacífica”), que se refere à véspera de Natal.
Dinamarca
Na Dinamarca, as famílias mantêm a tradição de dançar ao redor da árvore de Natal, de mãos dadas, enquanto cantam canções natalinas antes de abrir os presentes. A árvore é geralmente decorada com velas de verdade. Segundo o Atlas Obscura, muitas famílias dinamarquesas também acreditam em agradar os nisser, ou elfos domésticos que vivem em celeiros e ajudam os moradores a sobreviver aos rigorosos invernos. Por isso, muitas crianças deixam uma tigela de risengrød, um mingau doce, para essas criaturas folclóricas. A temporada festiva começa antes do dia 24 de dezembro; ela é inaugurada pelo julebrygsdag, um feriado estabelecido em 1990 pela cervejaria dinamarquesa Tuborg, que marca o início da temporada de Natal na primeira sexta-feira de novembro. Alguns dinamarqueses também fazem a contagem regressiva para o Natal queimando uma grande vela de kalenderlys diariamente durante o mês de dezembro.
Eslováquia
De acordo com a Conde Nast Traveller, o chefe de uma família na Eslováquia pode participar de uma prática supersticiosa de Natal que envolve atirar pudim no teto. Isso consiste em pegar uma colherada de loksa — uma mistura de massa de pão, sementes de papoula e mel — e jogá-la em direção ao teto. A crença é que quanto mais pudim grudar, mais sorte e prosperidade a família terá no ano novo. Apesar dessa tradição realmente adicionar um pouco de emoção ao jantar de véspera de Natal, ela levanta outra questão: a pessoa que permite que você faça isso pode realmente ser considerada um ‘adulto responsável’?
Etiópia
Aproximadamente 44% dos etíopes são membros da Igreja Ortodoxa Tewahedo da Etiópia. Assim como muitas denominações ortodoxas, eles celebram o Natal em janeiro. Na Etiópia, um dos primeiros países a adotar o cristianismo, o feriado não é caracterizado por Papai Noel ou troca de presentes; em vez disso, é mais focado na observância religiosa. O jejum desempenha um papel significativo na Igreja Ortodoxa Tewahedo, e muitos fiéis participam do Tsome Nebiyat (O Jejum dos Profetas), que consiste em 43 dias de abstinência de carne, gordura, ovos e produtos lácteos, culminando na véspera do Natal etíope. O Dia de Natal, conhecido como Ganna (ou Genna), ocorre em 7 de janeiro, quando as pessoas se vestem de branco para assistir à missa pela manhã. Outra tradição natalina na Etiópia, especialmente em áreas rurais, é um jogo semelhante ao hóquei de campo chamado Ye Genna Chewata. Segundo a Agência de Notícias da Etiópia, a lenda diz que esse jogo se originou quando pastores etíopes, ao ouvir a notícia do nascimento de Jesus, celebraram jogando objetos com seus cajados.
Finlândia
Cerca de 75% das famílias finlandesas visitam cemitérios durante a época festiva, geralmente na véspera de Natal, para colocar velas nos túmulos de seus entes queridos falecidos, de acordo com o site governamental ThisisFINLAND. Outra tradição é a joulusauna, ou sauna de Natal, que é possivelmente uma das tradições natalinas mais antigas da Finlândia. Tradicionalmente, todos os membros da família tomam banho em uma sauna na tarde da véspera de Natal. Após o jantar de Natal, é costume deixar alguns petiscos natalinos para o elfo da sauna, ou saunatonttu. Segundo as crenças finlandesas, toda sauna tem seu próprio elfo, que deve ser respeitado e cuidado.
Grécia
O símbolo tradicional do Natal na Grécia não é uma árvore, mas um barco. Segundo o site estatal Greek News Agenda, a árvore de Natal foi introduzida na Grécia em 1833; antes disso, os gregos decoravam um karavaki, ou pequeno barco, em referência à cultura marítima do país. Os barcos são geralmente enfeitados no dia 6 de dezembro, festa de São Nicolau, que, além de suas conexões com o Natal, é o padroeiro dos marinheiros. A Grécia também tem suas próprias criaturas folclóricas natalinas maliciosas, conhecidas como Kallikantzaroi, que vivem no subsolo durante todo o ano e emergem nos 12 dias de Natal (de 25 de dezembro a 6 de janeiro) para causar problemas aos mortais.
Groenlândia
Na Groenlândia, as tradições natalinas começam com um costume querido: todos acendem uma estrela de Natal laranja que brilha lindamente em suas janelas. As festividades começam no último dia útil antes do primeiro domingo do Advento, quando estrelas de Natal são iluminadas nas janelas de todos os locais de trabalho da cidade. No domingo do Advento, as famílias colocam suas decorações natalinas, incluindo suas estrelas. O dia 24 de dezembro é dedicado às crianças; o dia 25 de dezembro, o principal dia do Natal, aos adultos e idosos; e o dia 26 aos jovens. A temporada de Natal termina em 6 de janeiro, quando as decorações são retiradas. A comida desempenha um papel importante no feriado, com o tradicional jantar natalino da Groenlândia incluindo carnes que podem parecer incomuns em outros lugares, como mattak (pele e gordura de baleia), kiviak (aves fermentadas dentro de uma carcaça de foca) e tuttu (carne de rena).
Guatemala
Na Guatemala, a temporada natalina começa com a quema del diablo, ou queima do diabo, em 7 de dezembro, véspera da Festa da Imaculada Conceição, padroeira da Cidade da Guatemala. Exatamente às 18h desse dia, os guatemaltecos queimam efígies do diabo, juntamente com outros itens que desejam descartar, como parte de um ritual maior de purificação espiritual. No entanto, esse evento tem sido criticado por causar poluição, levando o Ministério do Meio Ambiente e Recursos Naturais do país a defender alternativas mais ecológicas para a celebração.
Holanda
A Holanda celebra o Sinterklaas no dia 6 de dezembro, em homenagem a São Nicolau, o padroeiro das crianças, que se acredita ter inspirado o Papai Noel. O país observa essa celebração há mais de 700 anos. Uma tradição gentil associada ao Sinterklaas é o envio de poemas como presentes. No entanto, a festa tornou-se controversa devido ao personagem Zwarte Piet (Pedro Preto), que acompanha São Nicolau e ajuda na distribuição de presentes, mas é frequentemente retratado com blackface. As origens desse personagem — descrito pelo History Extra da BBC como “uma caricatura muito antiquada e, para muitos, ofensiva de um homem negro” — não são claras. Alguns acreditam que ele é um servo mouro; outros pensam que é um escravo etíope liberto, enquanto alguns afirmam que sua aparência escura vem da fuligem das chaminés. Independentemente das origens, após anos de campanhas protestando contra a representação de Zwarte Piet, muitas celebrações locais agora substituíram o personagem de blackface pelo Sooty Piet (Pedro Fuligem), que pode ser interpretado mostrando a cor natural da pele do ator.
Islândia
Na Islândia, as celebrações natalinas duram 13 dias extras que antecedem a véspera de Natal, permitindo que cada um dos Jólásveinar (Garotos do Yule) tenha seu próprio dia. Em vez do Papai Noel, o folclore islandês apresenta a ogra Grýla, seu marido Leppalúði, seus 13 filhos, os Garotos do Yule e o Jólakötturinn (Gato de Natal). Diz-se que Grýla come crianças malcomportadas, enquanto o gato devora qualquer pessoa que não receba roupas novas — por isso, dar meias como presente é uma boa ideia! Os Garotos do Yule, cada um com nomes baseados em comportamentos peculiares, deixam presentes ou batatas podres para as crianças, dependendo de seu comportamento. Esse folclore rico é bem documentado, e a Islândia também é conhecida por sua tradição de presentear livros no Natal. O Jólabókaflóð, ou “Inundação de Livros de Natal”, começou durante a Segunda Guerra Mundial, quando os livros se tornaram os presentes preferidos para o feriado, já que o papel era um dos poucos itens que não eram racionados.
Itália
Os italianos têm sua versão do Papai Noel em Babbo Natale, mas ele não é o único que entrega presentes durante a temporada de festas. La Befana, uma figura benevolente parecida com uma bruxa que viaja em uma vassoura, também toma os céus no dia da véspera. As origens de La Befana misturam paganismo e religião; ela está ligada à história dos Três Reis Magos e ao festival romano pré-cristão de Saturnália. Em janeiro, um município da região de Marche celebra seu próprio festival de La Befana, transformando a área em um espaço mágico cheio de doces para as crianças e foliões vestidos como a famosa bruxa. O Natal na Itália também é conhecido pelo som característico dos zampognari, os gaitistas de Natal. Os zampognari — geralmente encontrados nas regiões de Abruzzo, Basilicata, Campânia, Calábria, Molise, Puglia e Lácio — eram tradicionalmente pastores que desciam das montanhas para tocar na praça do mercado da cidade em troca de um dinheiro extra. Essa tradição é baseada na lenda de que alguns pastores que visitaram o menino Jesus se sentiram inspirados a tocar suas gaitas de fole.
Japão
Embora menos de 5% da população japonesa seja cristã, o Natal se tornou uma celebração amplamente difundida no Japão pós-Segunda Guerra Mundial, em parte devido à significativa presença militar norte-americana. Hoje, o país é mais conhecido por sua tradição natalina única: a refeição de KFC. Segundo a Smithsonian Magazine, a popularidade do KFC durante o Natal pode ser atribuída a uma campanha publicitária bem-sucedida lançada em 1974 chamada “Kurisumasu ni wa kentakkii!” (Kentucky para o Natal!). Essa campanha começou depois que um cliente estrangeiro visitou um KFC em Tóquio no dia de Natal e comentou: “Não consigo encontrar peru no Japão, então não tenho escolha a não ser comemorar o Natal com frango frito do Kentucky.” Agora, o KFC é tão procurado durante a temporada de festas que o restaurante aceita pedidos antecipados para garantir que todos possam aproveitar sua refeição.
Letônia
Uma tradição de inverno popular na Letônia que coincide com o Natal é a ķekatas, ou procissões mascaradas. De acordo com o Baltic Times, máscaras comuns nessas procissões incluem as de urso, cabra, cavalo e lobo, e, às vezes, até representações de ciganos ou mortos-vivos. As ķekatas são acreditadas como portadoras de prosperidade e bênçãos para as casas que visitam e estavam anteriormente associadas a rituais de fertilidade.
País de Gales
Desde o século XIX, o Dia de Natal marca o início de um período de três semanas de festividades chamado Y Gwyliau no País de Gales, durante o qual o trabalho nas fazendas é suspenso. Os galeses têm várias tradições associadas a esse período festivo, incluindo o Plygain, um serviço matinal de cânticos natalinos no Dia de Natal. Segundo fontes governamentais, os frequentadores da igreja costumavam ficar acordados durante toda a véspera de Natal, que em algumas áreas era chamada de Noson Gyflaith (Noite do Caramelo). Nessa noite, pedaços de caramelo eram preparados ao redor da lareira enquanto jogos eram jogados e histórias fantasiosas eram compartilhadas. Era também um momento para decorar as casas com azevinho e visco antes de seguir para a procissão à igreja antes do amanhecer.
Polônia
Na Polônia, nenhuma ceia de véspera de Natal está completa sem a presença da opłatek, a hóstia natalina. Essa fina fatia de pão feita de farinha branca é uma tradição que remonta a séculos e também é praticada em outras partes da Europa. No entanto, é na Polônia que esse costume está mais fortemente associado à véspera de Natal. Os membros da família compartilham votos uns com os outros antes de comer o opłatek, que simboliza perdão, reconciliação, amizade e amor.
República Tcheca
Na República Tcheca e na Eslováquia, a carpa é o prato principal tradicional da ceia de Natal, em contraste com o peru ou o presunto, comuns em outros países. De acordo com a Autoridade de Turismo do país, a carpa se tornou “um símbolo indispensável do Natal tcheco.” Mesmo aqueles que não desejam comê-la frequentemente compram uma e a mantêm na banheira por alguns dias antes de soltá-la. Outra tradição envolve colocar uma ou duas escamas de carpa na carteira para garantir um fluxo constante de dinheiro ao longo do ano. Além disso, uma superstição popular tcheca envolve mulheres solteiras jogando um sapato no Dia de Natal: se a ponta do sapato apontar para a porta, significa que ela está destinada a se casar dentro de um ano.
Síria
Na Síria, o camelo é a figura principal associada ao Natal, e ele substitui o Papai Noel trazendo presentes para as crianças que se comportaram bem. Essa tradição remonta à lenda de que os camelos levaram os Três Reis Magos até Belém para visitar o menino Jesus, que então abençoou os animais com a vida eterna. Para receber o camelo, as crianças enchem sapatos com feno e colocam tigelas de água do lado de fora na véspera de Natal. O relatório também menciona que alguns sírios, assim como cristãos iraquianos, tradicionalmente queimam uma fogueira de galhos secos e espinhentos após a leitura da história do nascimento de Jesus à luz de velas. Eles acreditam que, se os espinhos se desintegrarem completamente em cinzas, o próximo ano será de boa sorte.
Tanzânia
Na Tanzânia, um país da África Oriental onde quase dois terços dos 66 milhões de habitantes são cristãos, o Natal é celebrado de forma semelhante a outras partes do mundo, com tradições religiosas e troca de presentes sendo significativas. No entanto, as reuniões familiares e a comida desempenham um papel especialmente importante. Durante esse período, muitas famílias visitam suas aldeias, especialmente entre as tribos Chagga e Haya, que vivem principalmente nas encostas do Monte Kilimanjaro e na região de Kagera, respectivamente. Algumas pessoas brincam ao se referir a essa migração em massa como “a grande migração”. O transporte público, como ônibus para a região do Kilimanjaro, fica completamente lotado nos dias que antecedem o Natal, enquanto algumas famílias utilizam carros particulares ou compartilham caronas com outros viajantes indo na mesma direção. De acordo com empresas de turismo locais, as famílias tanzanianas costumam comprar uma cabra ou vaca em janeiro para engordá-la até o Natal, usando-a para preparar pratos tradicionais como supu (miúdos) e makorongo (patas) na véspera de Natal. O Natal também é um período em que os cristãos Chagga realizam rituais sacrificiais (mitambiko) para seus ancestrais.
Ucrânia
De acordo com o governo ucraniano, as festividades públicas de Natal foram reduzidas devido à guerra em andamento com a Rússia. No entanto, as famílias ainda celebram a data. Uma das principais decorações que se encontra é o didukh, um feixe de hastes de trigo que simboliza os espíritos dos antepassados. Acredita-se que, durante esses dias sagrados, nossos ancestrais retornam para passar um tempo com suas famílias. Outra tradição ucraniana de Natal é decorar a árvore com aranhas (pavuchki) e teias de aranha. Essa prática tem origem na Lenda da Aranha de Natal, um conto folclórico do Leste Europeu que possivelmente explica a origem dos enfeites de brilho (tinsel) nas árvores de Natal. Em uma dessas histórias, uma família pobre que não podia decorar sua árvore de Natal encontrou uma aranha que, gentilmente, a enfeitou com suas teias na véspera de Natal. Na manhã de Natal, a teia havia se transformado milagrosamente em ouro e prata.