Por Sheila Carozzi
Janeiro, 2025. Uau! Chegamos até aqui, e agora? Agora vamos viver intensamente esse ano! E lá vamos nós! Um novo ano e sim, as 365 oportunidades de reescrever a nossa história com todo o amor que merecemos e que temos para nos dar! Vamos viver um dia de cada vez e atentos somente a aquilo que nos faz bem, aquilo que faz sentido com o nosso propósito de vida, e que nos aproxima mais e mais do que, realmente, faz nosso coração se sentir mais calmo e em paz. Essa seria a resposta mais afetuosa e acolhedora que poderíamos dar a nós, mas nem sempre somos tão carinhosos conosco.
Normalmente nos perguntamos sobre questões que não temos nenhum controle e não temos nenhuma condição de prever a resposta correta. Além disso, criamos uma narrativa pessoal, permeada por nossas memórias e nosso histórico, consciente e inconsciente. Essas narrativas que residem na nossa mente são repletas de influências externas que podem vir desde a nossa família com sua criação, seus costumes e ‘suas verdades absolutas’, ou através de nosso meio de convivência, como amigos e colegas de toda a vida, do ambiente profissional ou acadêmico, através das mídias, e hoje, mais do que nunca, através das Redes Sociais. A influência que nós recebemos através das Redes Sociais é de um poder de persuasão e alienação poderosíssimo, mas vamos nos lembrar que o perigo não está na Rede em si, mas no uso que fazemos dela. E por que fazemos isso?
É natural do ser humano viver em comunidade, e para ser aceito em um grupo, ele tenta se transformar em algo parecido com essas pessoas deste grupo. O problema é que nem tudo que vemos reflete a realidade daquele grupo, pois, mais uma vez, nossas impressões são formadas através do nosso modo de olhar, que se construiu com a nossa história de vida que é única. Mas se em uma convivência física no dia a dia perdemos tantos detalhes e somos roubados por nossas raízes incrustadas em nossa opinião, imagine só o quanto podemos ser enganados através de um mundo em que só se mostra o agradável e aceito?
E é através dessa nossa visão deturpada e da visão conveniente compartilhada pelo cinema, mídias e redes sociais, que nos deparamos com uma realidade onde se formam e nascem os nossos medos, anseios, fobias, transtornos e onde está sendo servido um banquete em que nossas doenças mentais são alimentadas até se empanturrar. As pressões sociais são disseminadas nesses canais e podem transformar as aspirações da vida cotidiana em uma vida só possível de existir num cenário de filme. A vida vai nos permitir viver muitas situações incríveis, como num corte postado numa Rede Social, mas é impossível todo dia ser incrível nesse nível, mas é impossível até você entender que o incrível está na simplicidade das situações e acontecimentos cotidianos, e mais importante, dentro de você e no seu olhar para suas aptidões e alegrias que independem das aprovações de um grupo, de alguém ou de algo externo. Muito do algoz que criamos para nos censurar tem relação com o algoz que nós somos ao julgar os outros, e às vezes não tem mais ninguém além de você mesmo se julgando e se cobrando. Ao ser mais compreensivo e amigável com você, só ficará o que precisa para se acolher, o que é entre você e sua essência.
Isso tudo não é novo, o que é novo é a facilidade de acesso a isso tudo e a nossa capacidade de transformar esse acesso em algo que nos ajude a nos autoconhecer e a achar nosso lugar nesse enorme menu de linhas de tratamentos e terapias, de tipos de medicações e exercícios físicos e mentais, e os estudos que indicam que a fórmula mais próxima da cura é a união de pilares muito alicerçados que fecham um sistema de auto atenção e auto observação, auto compaixão e auto acolhimento, autocuidado, espiritualidade, relações pessoais saudáveis incluindo gentileza, tolerância, caridade e atividade física aliada a alimentação para nutrir corpo e mente.
Mas nem sempre foi assim. Foi só em 1793, junto com a Revolução Francesa, que o médico Philippe Pinel conseguiu colocar a loucura como questão de saúde e não problema de ordem social, religiosa ou contato direto com deuses. É depois disso que se iniciam os estudos através de vigilância constante dos pacientes e punição dos desvios com métodos nada ortodoxos em busca dessa “cura” ou melhora nos comportamentos. Disso até chegarmos a Freud, o pai da psicanálise, em 1886 e seu livro de Interpretação dos Sonhos em 1900, nós passamos pelo fundador da Psiquiatria Moderna, Emil Kraepelin, e Viktor Emil Frankl (1905 – 1997) que é reconhecido como um dos maiores psiquiatras da história, criador de um método terapêutico baseado na busca pelo sentido da vida e o uso da Logoterapia, depois por Wilhelm Wundt na Alemanha com seu laboratório de Psicologia e estudos sobre a cognição e as emoções, Juliano Moreira no Brasil em 1933 como o fundador da psiquiatria por aqui, e por aqui também tivemos a brilhante e humana Dra Nise da Silveira que fez uma revolução nos manicômios e ressignificou a visão que tinham dos portadores de doenças mentais antes somente medicadas e expostas a tratamentos desumanos como eletrochoques e lobotomias. Ela se correspondia com Jung, o pai da psicologia analítica e psiquiatra que também se correspondeu com Freud por 6 anos e foi estagiário de Paul Eugen Bleuler, psiquiatra suíço que cunhou o termo “esquizofrenia”. E nos anos que se seguiram, assistimos todo tipo de violência, preconceito, desumanização, exposição negativa e isolamento, mas ainda no século 20 alguns remédios importantes foram descobertos e assim foi possível aliviar a dor física e mental de vários pacientes, desde depressivos até esquizofrênicos, o remédio ajudou a diminuir o tempo de internação e a devolver o paciente para o convívio social, medicado e com acompanhamento psiquiátrico. O problema é que nem tudo é medicável, mas tudo passou a ser quando o meio termo não andou de mãos dadas com o poder da indústria farmacêutica.
No século 21, a Saúde Mental ganhou o guia DSM para indicar como tratar os Transtornos Mentais, mas ainda há muitas pessoas adoecidas e algumas incapazes de trabalhar e ter uma vida normal devido a diagnóstico incorreto ou não aderência ao tratamento. A boa notícia é que há muita tecnologia envolvida para desenvolver novos medicamentos com melhores resultados e menos efeitos indesejáveis, mas principalmente o investimento em estudos genéticos que possam mapear esses genes e pra curar ou ajudar efetivamente os portadores de Transtornos e doenças Mentais a ter uma vida mais agradável e com menos desafios. Sim, é possível ficar bem, é um conjunto de novos hábitos e de comprometimento com o tratamento. É olhar para isso como se olha para um remédio para hipertensão que você precisa tomar todos os dias além de se ajudar com a diminuição no sal e a ingestão de mais líquidos.
E se hoje temos o Instituto Janeiro Branco que começou como uma Campanha e iniciou um grande movimento de conscientização sobre a Saúde Mental, é porque em 2013 alguém teve a brilhante idéia e não desistiu dela, a idéia de um psicólogo de Uberlândia, o Leonardo Abraao, de se unir a outros amigos psicólogos e fazerem uma caminhada para o início das ações do Janeiro Branco, dia 10 de janeiro de 2013, onde eles começaram a levar e abordar a saúde mental em todos os locais possíveis, desde a sala de espera de ambulatórios e hospitais até o RH de empresas. Eles faziam palestras em todos os locais em que tivessem pessoas sentadas em salas de espera. Eles mudaram como se fala de saúde mental, trouxeram para todos os locais o tema que tanto precisava de visibilidade e apoio. Eles tiraram o estigma de loucura associada à saúde mental e há 11 anos que lembramos, pelo menos no primeiro mês do ano, sobre um assunto que senta ao nosso lado todos os dias e nos chama para uma conversa sincera, que é o autoconhecimento como aliado de nossa melhor saúde mental e integral. São iniciativas assim que mudam toda a história da humanidade.
E de presente de início de ano, nós trazemos excelentes profissionais de saúde mental para elucidar algumas questões e nos ajudar a colorir nosso 2025, começando por Janeiro, mês de conscientização sobre a saúde mental, e continuando por todo o ano. Que comecem os trabalhos, lápis de cor na mão e aproveitem a inspiração.
O Dr Cláudio Luís Costa, Psiquiatra, graduado há 40 anos pela faculdade de medicina de Santo Amaro, hoje UNISA, com especialização em Psiquiatria pela Santa Casa desde 1988, atuando em consultório particular, ex assessor de saúde mental da SMS e SES / SP, Psiquiatra e Diretor de Atendimento da Mental Sênior desde 1996, gentilmente nos respondeu algumas questões sobre a importância de iniciarmos o ano falando de saúde mental nesse momento em que o mundo tem acesso a tantas informações que podem ser benéficas se usadas da forma mais saudável.
1 – Dr Cláudio, o Sr acredita que a atenção à Saúde Mental melhorou desde o início da Campanha de Janeiro Branco em 2013?
Acho que a campanha Janeiro Branco ajudou a desmistificar a necessidade de abordar a Saúde Mental como um aspecto vital a ser abordado dentro do cuidado com a Saúde. Acho que ainda temos muito a percorrer para atingirmos uma melhora efetiva no sentido de avançar na atenção em si.
2 – O Sr acha que quando começamos a falar mais sobre Saúde Mental as pessoas se sentiram mais representadas, acolhidas e a vontade em falar sobre como se sentiam num ambiente que antes era estigmatizado como tudo sendo “loucura”?
Neste sentido, sem dúvida, a Saúde Mental passou a ser um tema mais discutido e com isto se atenuou o estigma que até então se mantinha. As pessoas se permitiram falar mais sobre as dificuldades neste campo com menos restrição.
3 – A democratização da Saúde Mental trouxe o conhecimento raso e generalizado sobre algumas doenças e transtornos que são cuidados na psiquiatria. O Sr acha positivo esse acesso e acredita que isso encurta o caminho da paciente até o consultório do psiquiatra ou gera uma sociedade que se auto diagnostica erroneamente?
Acessar informações sobre as doenças psiquiátricas se tornou algo inerente a este tempo de comunicação que disponibiliza este tipo de conhecimento a quem quiser encontrar. Acho que facilita mais o auto diagnóstico do que a procura pelo psiquiatra. A busca pelo profissional se estabelece a partir do momento que o paciente não atinge um padrão de melhora e se sente impelido a procurar ajuda, muitas vezes estimulado por terceiros.
4 – Nas redes sociais encontramos alguns colegas psiquiatras, psicólogos, psicanalistas e profissionais de saúde, falando sobre todo tipo de CID. Essa influência vindo de médicos traz uma certa glamourização da doença mental, o Dr enxerga um movimento de pessoas que não tem uma doença indo ao seu consultório procurando por um diagnóstico que o faça fazer parte desse momento em que muitos estão realmente doentes?
Entre profissionais e curiosos temos hoje um bom número de pessoas falando sobre doenças psiquiátricas. Observo que muitas vezes não podemos caracterizar como tal apenas por virar tema na mídia e paciente entrar em consulta se auto diagnosticando ou forçando um parecer dentro do que ele acredita, mas não do que tem efetivamente.
5 – O Sr considera que cada doença mental tem sintomas e características que coexistem dentro da personalidade, dentro do meio que o indivíduo vive, na criação que recebeu, na profissão que exerce, e ainda assim é igual em todos apesar de cada indivíduo ser único?
O diagnóstico pode e deve ser único, mas a forma como se manifesta, tem o tom de aspectos bem pessoais, a doença em si diz respeito a um eixo. A vida de cada paciente é uma junção de características individuais que vão interferir na manifestação da patologia.
“O paradoxo curioso é que quando eu me aceito como eu sou, então eu mudo.”
Carl Rogers
Camila França Aguillar E Silva, CRP 132997/06, Psicóloga Humanista Existencialista , nos conta sua opinião sobre a importância de campanhas de conscientização como a Janeiro Branco para desmistificar a Saúde Mental e ressignificar a importância de cuidar da mente como é nos ensinado a cuidar do corpo. “Quando a saúde mental está comprometida, a pessoa pode experimentar dificuldades emocionais, como sentimentos constantes de tristeza, medo, angústias, desânimos e desesperança. Alterações no comportamento, como mudanças ou falta de apetite, nos padrões de sono o que pode ser bem prejudicial, ou no nível de energia, e consequentemente afetar suas relações, podendo levar ao isolamento social e/ou pensamentos ou comportamentos autodestrutivos. Prejuízo cognitivo, como dificuldade de concentração, tomada de decisões, raciocínio claro, e até perda de memória. Perda de motivação e propósito, tornando difícil de enxergar sentido de vida, metas e sonhos, até mesmo do cotidiano. E o impacto físico. A chamada psicossomática. Que são as dificuldades mentais que podem se manifestar no corpo físico, através de dores e doenças.
Então sim, campanhas de conscientização como o Janeiro Branco realmente são extremamente importantes para desmistificar a saúde mental, pois quebram tabus e ampliam a compreensão de que cuidar da mente é tão crucial quanto cuidar do corpo. Muitas vezes, a saúde mental é negligenciada ou mal interpretada, podendo ser associada a fraqueza ou vergonha. Campanhas como essa ajudam a normalizar a busca por ajuda e o autocuidado mental, proporcionando um espaço seguro para que as pessoas falem sobre suas emoções, angústias e desafios. Ressignificar é dar um novo e melhor significado e sentido para a mesma situação. Evoluir. Então, dar a devida importância de cuidar da mente é fundamental porque, assim como o corpo, a saúde mental precisa de atenção, prevenção e tratamento. Assim, a campanha Janeiro Branco não só promove a reflexão sobre a saúde emocional, mas também incentiva práticas diárias de cuidado com a mente, como o gerenciamento do estresse, a construção de relacionamentos saudáveis e a procura de ajuda profissional quando necessário. No fim, isso contribui para uma sociedade mais saudável, equilibrada e com maior qualidade de vida. Ressignificar a importância da saúde mental envolve transformar a percepção social sobre ela, destacando sua relevância e estabelecendo a conexão entre o cuidado com a mente e o cuidado com o corpo de forma integrada.
Algumas maneiras de promover essa ressignificação é através da educação e informação. Disponibilizando informações claras sobre saúde mental em escolas, empresas e comunidades. Isso pode incluir explicações sobre o que são transtornos mentais, os sintomas e as formas de tratamento. Quanto mais as pessoas entenderem que a saúde mental é uma parte essencial do bem-estar geral, mais fácil será evoluir a percepção sobre ela. Também podemos trabalhar através da redução do estigma, o tabu. Promovendo conversas abertas sobre saúde mental, tanto nas redes sociais quanto em ambientes pessoais, ajuda a desconstruir tabus, preconceitos e estigmas. Quanto mais se fala sobre o tema, mais se normaliza a ideia de que pedir ajuda e cuidar da mente é fundamental, assim como ir ao médico para cuidar do corpo, ou, ao dentista para cuidar dos dentes.
Incorporar o cuidado mental no dia a dia é uma forma gostosa de ensinar e incentivar práticas simples de autocuidado mental, como meditação, atividades físicas, lazer e técnicas de relaxamento, ajuda a construir uma rotina de cuidado com a mente. Essas ações mostram que o cuidado com a saúde mental pode ser integrado ao cotidiano, sem grandes mudanças ou sacrifícios. O apoio de profissionais de saúde, tornando o acesso a psicólogos, psiquiatras e terapeutas mais acessível e aceitável. Campanhas podem incentivar a procura de ajuda profissional e desmistificar a ideia de que apenas pessoas com sérios problemas psicológicos precisam de tratamento. Exemplos e indicações são muito positivos. Então celebridades, influenciadores e pessoas públicas que compartilham suas experiências com saúde mental desempenham um papel crucial na mudança de percepção, na sociedade. Ao se exporem e falarem abertamente sobre como cuidam de sua saúde mental, ajudam a tornar esse tema mais comum e aceitável.
A cultura corporativa e social é importantíssima também. Empresas e organizações podem criar ambientes de trabalho que promovam o bem-estar psicológico, oferecendo recursos de apoio e criando uma cultura onde o cuidado com a saúde mental seja valorizado. Isso demonstra que cuidar da mente também é importante para o sucesso e a produtividade. Essas e entre outras ações podem ajudar a transformar a maneira como a sociedade vê a saúde mental, tornando-a uma prioridade ao lado da saúde física.”
“A terapia cognitiva busca aliviar as tensões psicológicas por meio da correção das concepções errôneas. Ao corrigir as crenças errôneas, podemos acabar com as reações excessivas.” Aaron Beck
Celia Regina Leal Milan, CRP 06/158.999, Psicóloga Cognitivo Comportamental, Terapeuta EMDR, Acupunturista MESTRE TUNG, Laserterapeuta e Aurículo acupuntura, nos conta sua opinião sobre como o Cinema, as Séries e Novelas, as Redes Sociais e a Mídia em geral tem influenciado negativamente em como nos enxergamos e como nos relacionamos com as pessoas, com o mundo e com nossos objetivos reais. “O impacto psíquico ou comportamental em relação ao uso dos meios de comunicação depende muito de como nos relacionamos com eles. Nesta perspectiva, temos impactos negativos consideráveis, mas positivos também. Do ponto de vista positivo, o acesso a informações e atualizações acontecem de forma breve, oferecendo um vasto repertório de conhecimentos e conteúdos educativos; durante a pandemia, foi o que trouxe “alívio” para diversas áreas e questões. As Redes Sociais permitem que pessoas de diferentes partes do mundo se conectem, compartilhem experiências, e isso realmente é muito positivo, porém relações físicas também são fundamentais. Outro ponto interessante, são as séries e cinemas, que vem dando mais espaço para a diversidade, incluindo histórias de diferentes culturas, gêneros, orientações sexuais e condições sociais no qual promove compreensão.
Já os impactos negativos, infelizmente estão abrangendo o coletivo com esses padrões irrealistas de beleza, comparações, sucesso “fácil”, baladas, estilos de vida inalcançáveis, gerando inseguranças, baixa autoestima e consequentemente ansiedade. Outra questão impactante são as superficialidades das relações, vejo pessoas compartilhando questões pessoais, cultivando relacionamentos por anos, exclusivamente de forma virtual. As rodas de amigos estão se perdendo. Outra questão. Outro impacto negativo, são as Fake News, informações falsas que afetam a percepção da realidade e promovem conflitos. Bem, como psicoterapeuta cognitivo comportamental, sugiro o uso e consumo consciente, ou seja, escolham conteúdos que promovam valores, que possam agregar no seu desenvolvimento; Busque equilíbrio entre o tempo online e offline, priorizando interações humanas reais, olho no olho. Se necessário, faça pausa das redes sociais, permita-se viver mais experiências do mundo real.”
“A criatividade é o catalisador por excelência das aproximações de opostos. Por seu intermédio, sensações, emoções, pensamentos, são levados a reconhecerem-se entre si, a associarem-se, e mesmo tumultos internos adquirem forma.” Nise da Silveira
A Arte Psicoterapeuta, Analista Bioenergética e Filósofa Clínica, Bia Svat nos conta aqui como a Arte pode acessar dores, memórias e traumas a ponto de trazê-los à tona de forma eficiente e latente para serem ressignificados. “A Arte pode ajudar sempre através do reforço da subjetividade. Através de metáforas, através de símbolos onde o ser humano pode encontrar chaves imagéticas para o que ele está sentindo. Se a gente pensar que para a psicanálise tudo é memória e reelaboração, ao trabalhar um conto ou expressar uma imagem, ou projetar o que eu vejo em uma imagem, eu estou abrindo esse campo da subjetividade para conseguir falar de coisas enraizadas. Isso é um trabalho que desperta considerações, inclusive da atenção de outros recursos, como sonhos, como a estética no campo geral, quer dizer, tudo isso ele vai trabalhando para reforçar ou conseguir dar uma roupagem para eu conseguir falar do que eu sinto através desse recurso visual.”
Feliz Ano Novo ou Feliz Novo Ser para o Novo Ano, como preferir, como se sentir melhor, como conseguir, e sim, está tudo bem, de verdade. Pois afinal, só você sabe o preço que paga pelas lutas que entra e pelas lutas que evita, e como já diz Caetano Veloso, “Cada um sabe a dor e a delícia De ser o que é”.
E aproveitando o gancho de auto expressão da Arteterapia, convido-lhe a parafrasear e cantar a bela letra de Roberta Campos… “Me amarei de janeiro a janeiro até o mundo acabar”.