A organização internacional de direitos dos animais, PETA, intensificou sua pressão sobre a gigante do luxo LVMH pelo uso contínuo de peles exóticas em marcas como Louis Vuitton e Dior. Durante a assembleia de acionistas em Paris, ativistas confrontaram Bernard Arnault e questionaram o compromisso ético do grupo com a moda sustentável.
A LVMH, conglomerado francês que abriga marcas de prestígio como Louis Vuitton, Dior e Fendi, foi alvo de uma série de protestos organizados pela PETA (People for the Ethical Treatment of Animals) durante sua assembleia anual de acionistas em Paris, no início de abril de 2025. A organização, que detém ações do grupo justamente para garantir voz ativa nessas ocasiões, utilizou o momento para questionar diretamente Bernard Arnault, CEO do grupo, sobre o uso contínuo de peles e couros exóticos em suas coleções.

Projeções, protestos e a campanha “Drop Exotic Skins”
A campanha da PETA ganhou força com ações impactantes pela capital francesa. Em pontos emblemáticos de Paris, foram projetadas mensagens como “LVMH: Drop Exotic Skins” — exigindo o abandono do uso de peles exóticas. Ao mesmo tempo, ativistas protestaram em frente a lojas da Louis Vuitton e Dior, exibindo cartazes que denunciavam a crueldade envolvida na produção desses itens de luxo.
Segundo a organização, o objetivo foi alertar tanto investidores quanto consumidores sobre a violência por trás de bolsas, sapatos e acessórios feitos com pele de crocodilo, cobra, vison e raposa.
Investigação revela maus-tratos em fornecedores da indústria da moda
A pressão da PETA se intensificou após uma nova investigação da PETA Asia, que documentou práticas cruéis em matadouros da Indonésia, fornecedores da cadeia de produção da moda internacional. As imagens revelam serpentes sendo infladas com água, golpeadas com martelos e cortadas com lâminas, muitas ainda conscientes no momento da morte.
O relatório também inclui cenas de visons e raposas confinados em condições insalubres, seguidas de métodos de abate brutais. O material, amplamente divulgado pela imprensa internacional, reacendeu o debate sobre ética e responsabilidade na indústria do luxo.

Declarações da PETA e o contraste com outras marcas de luxo
Em declaração oficial, Yvonne Taylor, vice-presidente de projetos corporativos da PETA, afirmou:
“Cada detalhe de pele, bolsa de crocodilo ou sapato de couro de cobra representa o sofrimento imenso de um animal que sentiu medo e dor e não queria morrer.”
Enquanto isso, marcas como Chanel, Victoria Beckham e Stella McCartney já adotaram políticas claras contra o uso de peles exóticas — um movimento que vem ganhando força entre consumidores atentos às questões de sustentabilidade e bem-estar animal.
A LVMH, por sua vez, mantém sua política atual e defende que suas práticas estão alinhadas com padrões éticos e de bem-estar animal, conforme divulgado em posicionamento institucional recente. Ainda assim, a pressão sobre o grupo vem crescendo — tanto por parte de ativistas quanto de consumidores cada vez mais exigentes em relação à transparência nas cadeias de produção.
O futuro da moda ética e o posicionamento da LVMH
Com a moda de luxo caminhando rumo à responsabilidade social e ambiental, o posicionamento da LVMH frente às críticas será decisivo para sua reputação global. O confronto com a PETA representa não apenas um embate pontual, mas um reflexo das transformações profundas em curso no setor.
Vamos continuar acompanhando os desdobramentos deste debate, que coloca em jogo os rumos da moda ética, sustentável e consciente.