A moda de luxo está diante de um novo paradigma — e a Chanel não quer apenas acompanhar essa transformação, mas liderá-la. Com metas ambiciosas e ações concretas, a maison francesa intensificou seus esforços rumo à sustentabilidade, reafirmando seu compromisso com a redução de impactos ambientais e a construção de um futuro mais ético e responsável para a indústria.
Em seu relatório anual de impacto divulgado recentemente, a Chanel reforçou que está firmemente comprometida em atingir emissões líquidas zero de carbono até 2040, alinhando-se ao Acordo de Paris e às exigências cada vez mais urgentes da crise climática global. Para isso, a marca estabeleceu metas intermediárias audaciosas, incluindo a transição para o uso de 100% de energia renovável em suas operações globais até o final de 2025.
De acordo com o relatório “Chanel Mission 1.5°” — cujo nome faz referência à meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C —, a casa já reduziu em 41% suas emissões de gases de efeito estufa por unidade de receita desde 2018. Os esforços incluem desde a otimização de cadeias logísticas até a reforma de boutiques e edifícios administrativos com foco em eficiência energética.
Mas a sustentabilidade na Chanel não se resume a energia limpa. A maison vem investindo fortemente em inovação de materiais, buscando alternativas de menor impacto ambiental sem abrir mão da qualidade e sofisticação que definem sua identidade. Um exemplo é a pesquisa com matérias-primas regenerativas e recicladas, além de colaborações com startups e centros de pesquisa especializados em biotecnologia e inovação têxtil.
Outro pilar importante da estratégia da Chanel está na exploração de modelos de negócios circulares. A marca tem estudado soluções como programas de recompra, aluguel de peças, upcycling de coleções passadas e outras iniciativas que prolongam o ciclo de vida dos produtos. Embora discretas até agora, essas movimentações indicam uma abertura promissora para novos formatos de consumo no setor de luxo.
Bruno Pavlovsky, presidente de moda da Chanel, afirmou em entrevista ao WWD que “a sustentabilidade precisa ser integrada à criatividade. Nossa responsabilidade é reimaginar o luxo com consciência, sem comprometer a excelência.”
A maison também tem incentivado ações sociais e programas educacionais voltados para a capacitação de comunidades locais, especialmente nas regiões onde atua com suas matérias-primas, como produtores de algodão orgânico e seda. Essa abordagem mais holística é parte da filosofia de impacto positivo que a marca vem construindo ao longo da última década.
Enquanto o mundo da moda enfrenta cobranças crescentes por mais transparência e responsabilidade, o caminho da Chanel parece cada vez mais claro: aliar tradição e inovação com um propósito que transcenda o objeto e abrace o planeta.
A D’Idées seguirá acompanhando de perto os próximos passos da maison, e os impactos que esse reposicionamento pode provocar em toda a cadeia da moda de luxo.