Organized sewing patterns in a fashion designer's studio, ideal for tailoring or design concepts.

Moda em 2025: Autenticidade, desafios e o futuro da criação independente nos EUA

Sergio Hudson, Jackson Wiederhoeft e Allina Liu falam sobre desafios, autenticidade e o futuro da moda independente nos EUA em 2025.

A indústria da moda vive uma encruzilhada entre inovação e exaustão criativa. Assim, três nomes em ascensão, Sergio Hudson, Jackson Wiederhoeft e Allina Liu, reuniram-se no podcast Who What Wear, apresentado por Hillary Kerr, para discutir o presente e o futuro da moda americana. O episódio, lançado na última semana, revelou não apenas reflexões honestas sobre o sistema vigente, mas também apontou caminhos possíveis para uma moda mais plural, verdadeira e sustentável do ponto de vista criativo.

New York Fashion Week em xeque

Durante a conversa, uma pauta inevitável foi a relevância da New York Fashion Week (NYFW). Embora ainda considerada um dos pilares do circuito internacional, a semana de moda norte-americana tem enfrentado críticas quanto à sua capacidade de se reinventar e de atrair atenção global. Para Hudson, conhecido por vestir nomes como Michelle Obama e Beyoncé, há uma necessidade urgente de repensar a estrutura e a proposta da NYFW. “A semana de moda deveria ser uma vitrine para os criadores autênticos e não apenas para as grandes marcas que podem bancar a visibilidade”, comentou.

Autenticidade como valor e resistência

Jackson Wiederhoeft, cuja estética flerta com o teatral e o performático, reforçou o valor da autenticidade como um ato de resistência. “Vivemos um momento em que ser diferente ainda é um risco comercial. Mas é exatamente essa diferença que atrai o público que busca algo real”, afirmou. Para ele, manter-se fiel à própria linguagem, mesmo quando ela desafia padrões estabelecidos, é uma questão de integridade artística.

Já Allina Liu, que tem ganhado notoriedade com suas peças sensíveis e femininas com uma pitada subversiva, destacou como os sistemas de distribuição e investimento ainda favorecem os mesmos perfis. “Existe um cansaço generalizado entre os jovens designers que sentem que precisam performar um sucesso que, na verdade, não é sustentável a longo prazo.”

O peso (e a liberdade) da independência

O trio concorda que ser um designer independente em 2025 exige mais do que talento. É preciso dominar redes sociais, gestão de negócios, produção, logística e ainda manter uma narrativa autoral. Apesar das pressões, os três criadores também enxergam na independência uma forma de liberdade criativa.

“O público está mais consciente e quer se conectar com quem está por trás das roupas. A nova geração valoriza a história, o processo, e principalmente, a vulnerabilidade”, disse Liu.

Uma nova moda possível

A entrevista com Hudson, Wiederhoeft e Liu, que pode ser ouvida na íntegra no episódio “What It’s Really Like Being an American Designer in 2025” do podcast Who What Wear, é um retrato sensível e honesto dos bastidores da moda americana. Longe do glamour das passarelas, os designers revelam um cenário desafiador, mas também cheio de possibilidades para quem se propõe a romper com o molde e a imaginar uma moda mais ética, diversa e verdadeiramente criativa.

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