Há livros que nos tiram o fôlego. Outros, nos fazem rir alto. Mas há uma categoria silenciosa e essencial que ocupa um lugar especial na estante, e no peito: os livros que tocam o coração.
São histórias que falam de vínculos familiares, amizades transformadoras, perdas inevitáveis e recomeços possíveis. Livros que não precisam gritar para marcar presença, eles chegam de mansinho, mas ficam com a gente por muito tempo.
Ler literatura afetiva é como ter uma conversa demorada com alguém que nos entende. Mesmo que seja um personagem. Mesmo que seja só a gente, um café e a companhia de uma boa narrativa.
Abaixo, reunimos algumas leituras que carregam esse tipo de calor: o das palavras que abraçam, dos enredos que reconhecem a dor, e a beleza, de viver.
Minha Melhor Parte – Hannah Bonam-Young (Globo Livros)
Uma história sobre acolhimento, intimidade e deficiência, contada com doçura, inteligência e afeto. Ao abordar a construção de vínculos reais , e não perfeitos, Hannah nos lembra que o amor, às vezes, nasce nos lugares mais improváveis.
Leia a entrevista exclusiva com Hannah Bonam-Young (Ed Digital Nº 11)
O Amor e Sua Fome – Lorena Portela (Editora Todavia)
Um romance de reencontro com a própria história. Com uma escrita poética e sincera, Lorena Portela mergulha nas memórias, na ancestralidade e na busca por pertencimento, tudo isso envolto em afeto e desejo. Uma leitura profunda, que abraça sem pressa.
Tudo é Rio – Carla Madeira (Record)
Carla Madeira escreve como quem toca uma ferida e, ao mesmo tempo, oferece o curativo. Essa é uma história sobre perdas e perdão, desejo e destino. Um livro que fala sobre a natureza humana com uma brutalidade delicada, e é justamente isso que o torna tão inesquecível.
Clube do Livro dos Homens – Lyssa Kay Adams (Arqueiro)
Uma comédia romântica com alma e vulnerabilidade. Um grupo secreto de homens que lê romances para entender melhor suas relações e, no caminho, reavaliam a si mesmos. É leve, divertido, mas toca fundo em temas como empatia, comunicação e amadurecimento.
A Elegância do Ouriço – Muriel Barbery (Companhia das Letras)
Um livro que se passa num elegante prédio em Paris e que poderia ser só mais uma história de aparências. Mas, entre uma zeladora autodidata e uma menina brilhante e solitária, nasce uma conexão inesperada e transformadora. Um clássico moderno sobre a beleza escondida nas pequenas coisas e nas pessoas.
Quando Ninguém Está Olhando – Alyssa Cole (Suma)
Apesar do suspense, há muito de afetividade nesse livro. Alyssa Cole usa o thriller como pano de fundo para discutir pertencimento, memória coletiva e o valor da vizinhança. Um livro que fala sobre raízes e o que acontece quando elas são ameaçadas.
O Peso do Pássaro Morto – Aline Bei (Editora Nós)
Com lirismo e crueldade, Aline Bei conta a vida de uma mulher dos 8 aos 52 anos. É sobre perdas (algumas muito cedo), sobre o que a vida faz com a gente e o que a gente faz com isso. É sobre continuar, mesmo quebrada. Um dos livros mais sensíveis da literatura recente.
Para quem precisa de acolhimento ou deseja oferecer um
Essas histórias nos lembram que o afeto não precisa ser grandioso para ser verdadeiro. Pode morar numa troca de olhares, num gesto de cuidado, num silêncio que compreende.
E os livros, assim como as pessoas certas, às vezes chegam exatamente quando mais precisamos.
Boa leitura e bons recomeços.