Foto: Victor Pollack
O sexólogo Renan de Paula comenta sobre o tema
Eduardo Sterblitch participou recentemente do programa “Saia Justa” do canal GNT, entre um dos temas abordados o humorista falou sobre a relação do homem com o sexo. Durante a participação, ele destacou a influência dos filmes pornôs na vida sexual dos homens: “90% dos homens que eu conheço tem uma impressão de que tem uma liberdade sexual, deste conhecimento, de que falou sobre isso mais cedo. Mas eles não sabem transar. Eu não sei transar. Porque a gente aprendeu a transar vendo filme pornô. Então é uma coisa muito baseada na glande, no coito e na penetração. O homem é muito raso. Por isso que eu acho que a gente não consegue conectar exatamente com a mulher”, comentou ele, no programa.
O sexólogo e Co-fundador da Dona Coelha, Renan de Paula, comenta sobre a declaração do artista: “Eu concordo plenamente com o Eduardo, quando ele diz que somos educados com o pornô, está plenamente correto, e eu diria que infelizmente não são só os homens, mas as mulheres também acabam, tendo uma educação sexual que parte do ponto de vista erótico da pornografia”, ressalta.
Renan de Paula afirma que essa “educação” sexual pode trazer consequências nas relações “Esse tipo de aprendizado com os pornôs pode nos trazer muitos problemas, por exemplo, eu como homem, pelo que ensinam no pornô, acredito que não tenho que participar de uma forma auditiva do sexo, e quando tenho que participar, é sempre falando uma sacanagem, sempre quase que depreciando a parceria. Eu mesmo sou um exemplo, quando iniciei minha vida sexual eu tinha dúvidas, se tinha que gemer, ou até mesmo falar aquele famoso “yes” ou “fuck”, tudo porque era a referência que chegava até nós pela pornografia, que muitas vezes era em inglês.
Outro ponto citado pelo ator Eduardo Sterblitch é a diferença entre homens e mulheres na hora do sexo. Sobre esse tema Renan destaca: “Eu acho que pessoas com pênis estão muito presas na questão do sexo, tudo esta relacionado ao gozar, ao chegar naquele orgasmo. Enquanto as pessoas com vulva, até porque o orgasmo é diferente, tem uma questão muito mais de curtir o que está acontecendo, e tem também um pouco sobre o ciclo de resposta sexual do homem e da mulher, que é muito diferente. Existem algumas pesquisas que mostram essa diferença, o homem consegue chegar ao orgasmo muito mais rápido do que a mulher. Não se sabe se isso é uma questão cultural ou fisiológica, mas que é o acontece”.
Para finalizar, o sexólogo ressalta a importância da educação sexual: “Eu sinto que o único caminho que temos para mudar isso é ter educação sexual de uma forma menos conservadora do que existe hoje. Parece que tudo é muito natural quando falamos de sexualidade, “ah, mas é instintivo, é uma coisa que você sabe!”, mas na verdade você não sabe. É como quando falam sobre ser mãe ou pai, você não sabe, você vai construindo esse papel com as experiências. A educação sexual é muito importante, temos que aprender como as pessoas têm prazer, qual é o órgão de prazer, quais são as zonas erógenas, tudo isso é fundamental”, finaliza.